Poucos acreditaram que o magnata Donald Trump, de 70 anos, sequer seria nomeado candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano. Até horas antes da apuração das urnas, as pesquisas eleitorais apontavam a derrota do bilionário para a democrata Hillary Clinton. O empresário e apresentador de reality show mostrou na madrugada de hoje que a realidade pode ser mesmo um espetáculo de final imprevisível. Na eleição mais disputada da história recente dos EUA, Trump se elegeu o 45º presidente da maior potência mundial. A apuração confirmou as previsões de que seria a mais concorrida entre os norte-americanos. Trump e Hillary disputaram voto a voto o comando da Casa Branca até o encerramento da apuração, alternando-se na liderança.
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A vantagem de Trump na apuração dos resultados começou a se consolidar a partir da vitória em estados considerados pêndulos, onde não havia definição clara de quem venceria antes da votação. O republicano ganhou a preferência dos eleitores na Flórida, Carolina do Norte, Ohio e Iowa. Durante a apuração das urnas, a consolidação da vitória de Trump derrubou as bolsas de valores na Ásia. Às 5h, quando Trump já estava matematicamente eleito, a coordenação da campanha da democrata comunicou que Hillary não falaria na madrugada e comentou apenas que a diferença entre os dois candidatos era pequena, sem reconhecer a derrota.
Trump na Casa Branca é uma fragorosa derrota também para o presidente Barack Obama, fiador da candidatura de Hillary. Com a maioria conquistada no Senado, a tendência é que Trump consiga aprovar com alguma facilidade propostas que contrariam a política adotada por Obama, em especial na área da saúde. Diferentemente do Brasil, a eleição nos EUA é indireta. Cada um dos 50 estados americanos conta com um determinado número de delegados no colégio eleitoral, baseado no tamanho da sua população. Com exceção de Maine e Nebraska, que seguem regras diferentes, o candidato mais votado pelos eleitores leva todos os votos do estado no colégio eleitoral. Para vencer, um candidato precisa de ao menos 270 votos dos 538 totais.
SURPRESAS Trump abriu a apuração com vantagem. Mas a primeira grande expectativa da madrugada era em torno dos votos na Califórnia, que tem o maior número de delegados, num total de 55. Hillary confirmou vitória na Califórnia, mas perdeu na maior parte dos estados-pêndulo.
Mesmo com o resultado da Califórnia, no meio da madrugada, a democrata não conseguiu abrir vantagem e anunciava forte possibilidade para a vitória do empresário. A tensão se manteve na apuração concorrida cabeça a cabeça na Pensilvânia (20), onde Hillary nasceu, mas que deu vitória para Trump. Ela também foi derrotada no Arkansas, estado governado por Bill Clinton durante dois mandatos. No fim da tarde de ontem, a poucas horas do encerramento das eleições, Donald Trump fez um apelo para que eleitores não deixassem de ir votar. “Não esmoreçam, continuem saindo para votar – essas eleições estão longe do fim! Estamos nos saindo bem, mas ainda resta muito tempo. VAMOS, FLÓRIDA!”, escreveu em sua conta do Twitter.