Nada impedirá que o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retire o país do acordo nuclear com o Irã, firmado em 2015, e neste caso o compromisso internacional não sobreviverá, advertiu nesta quinta-feira a diplomacia americana.
O porta-voz do departamento de Estado Mark Toner recordou que "qualquer parte pode sair" do acordo e isto "terá consequências profundas na integridade do tratado".
Concluído em julho de 2015 e em vigor desde janeiro passado, o acordo nuclear firmado pelo Irã e as grandes potências (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) prevê a suspensão progressiva das sanções internacionais contra o Irã em troca de um estrito controle das atividades nucleares de Teerã por parte da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Trump, que no próximo dia 20 de janeiro assumirá a presidência, prometeu em março "desmantelar o acordo catastrófico com o Irã" e fazer da questão sua maior prioridade.
Toner explicou que o compromisso de 14 de julho de 2015, firmado após anos de diálogos secretos e negociações oficiais, não é um tratado internacional propriamente dito, o que exclui obrigações jurídicas.
Na quarta-feira, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que Trump não pode reverter o acordo nuclear entre o Irã e as grandes potências porque ele já foi ratificado pela ONU.
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