O combate às mudanças climáticas continuará, independente de quem forem os governantes, afirmou na segunda-feira o chefe negociador dos Estados Unidos na COP22, Jonathan Pershing, uma semana após a eleição de Donald Trump para a Casa Branca.
"Os chefes de Estado podem mudar, e mudarão, mas tenho certeza que podemos manter, e que manteremos, um esforço internacional durável para neutralizar as mudanças climáticas", disse Pershing em uma coletiva de imprensa.
"Foi um esforço mundial que tornou o acordo possível", comentou Pershing, em referência ao histórico pacto de luta contra o aquecimento do planeta assinado por 196 países há um ano em Paris.
O negociador revelou, porém, que não teve nenhum contato com a equipe de transição de Trump, que em várias ocasiões manifestou que quer retirar os Estados Unidos do acordo.
"O poder deste movimento e o enorme impulso criado em Paris e reforçado ao longo desde ano" não vai cessar, disse Pershing.
A COP22 reúne milhares de participantes em Marrakesh para estabelecer prazos e compromissos precisos para aplicar o complexo acordo de Paris.
O texto entrou em vigor em 4 de novembro, após ser ratificado por uma maioria de países emissores de gases de efeito estufa.
"A questão [agora] já não é saber se a aplicação do acordo será acelerada, mas quando e como" isso vai acontecer, afirmou o negociador.
Meios de comunicação americanos apontaram nos últimos dias que o membro da equipe de transição de Trump que provavelmente será responsável pela Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA), Myron Ebell, é um cético das mudanças climáticas declarado.