O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, antecipou nesta quarta-feira a definição de sua equipe econômica e também anunciou que prepara seu afastamento de seus negócios para poder se dedicar à Casa Branca.
O banqueiro Steven Mnuchin e o magnata Wilbur Ross asseguraram nesta quarta-feira, em uma entrevista, que foram nomeados por Trump para dirigir os Tesouro americano e o departamento do Comércio, respectivamente.
Ao ser consultado se podia confirmar as nomeações, Mnuchin não teve dúvidas: "Podemos, definitivamente", respondeu.
A equipe de transição para o novo governo ainda não emitiu uma nota oficial sobre essas nomeações.
De qualquer forma, suas nomeações eram consideradas fatos consumados desde a semana passada.
"Estamos orgulhosos de trabalhar como presidente eleito e estamos honrados com esses cargos", declarou Mnuchin ao canal CNBC.
O Senado terá que confirmar suas novas posições.
- Afastamento dos negócios -
A notícia das noemações coincidiu com o anúncio de Trump de que abandonará totalmente seu império, para evitar conflitos de interesse durante seu governo.
Através do Twitter, Trump anunciou que em 15 de dezembro dará uma importante coletiva de imprensa sobre suas empresas antes de assumir a Casa Branca.
Em várias mensagens, Trump disse que na coletiva estará acompanhado por seus filhos "para discutir o fato de que deixarei minha empresa de forma total, e me concentrarei na administração do país".
Em sua mensagem, Trump afirmou que não é obrigado por lei de se desfazer de suas empresas, mas que considera isso "visualmente importante".
"Sinto que é visualmente importante, como presidente, não ter nenhum tipo de conflito de interesses com meus vários negócios", assinalou.
Em declarações há uma semana ao jornal The New York Times, Trump assegurou que seu governo não será arruinado por conflitos de interesses com suas empresas.
De fato, a lei vigente determina que o presidente americano não pode receber presentes ou dinheiro de um governo estrangeiro, mas não veta que possa fazer negócios com associados estrangeiros.
- Novos funcionários -
Steven Mnuchin, 53 anos, o novo secretário americano do Tesouro, é um ex-Goldman Sachs cuja proximidade com os mercados pode ser tanto uma vantagem como uma desvantagem em plena ascensão do populismo.
Ex-doador do Partido Democrata, surpreendeu quando se tornou diretor financeiro da campanha de Donald Trump em abril passado.
Ele tem um currículo atípico: estudos na Universidade de Yale, Goldman Sachs, a criação de um fundo de investimento com o apoio do financista democrata George Soros, a produção bem-sucedida de blockbusters de Hollywood como "Avatar" e "Esquadrão Suicida".
Cabe agora a este veterano de Wall Street realizar as promessas que levaram Donald Trump à Casa Branca em meio a um crescimento modesto e crescente desigualdade social.
Já Wilbur Ross é um multimilionário conhecido por comprar empresas do setor metalúrgico para vendê-las posteriormente com imensas margens de lucro.
Calcula-se que sua fortuna pessoal chega aos 3 bilhões de dólares.
Por suas actividades comerciais, Ross é conhyecido como o "Rei das Falências".
É chefe do diretório de um fundo de investimentos (WL Ross & Co.) e proprietário de uma mansão em Palm Beach, na Flórida, próxima do luxuoso resort e clube de golfe que pertence a Trump , o Mar-a-Lago.
Ross terá em suas mãos a administração das disputas comerciais dos Estados Unidos com a China. Ele é favorável à pesadas tributações sobre as exportações chinesas, principalmente para frear a entrada de aço e alumínio no mercado americano.
Durante toda sua campanha, Trump prometeu que seu governo fará melhores acordos com seus tradicionais sócios comerciais, especialmente China e México.
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