(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Andrade Gutierrez admite formação de cartel em obras da Copa de 2014


postado em 05/12/2016 20:22

A empreiteira Andrade Gutierrez admitiu a existência de um cartel em obras de estádios da Copa do Mundo do Brasil-2014, informou nesta segunda-feira o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

"Há indícios de que pelo menos cinco leilões relacionados com obras de estádios da Copa do Mundo foram objeto de cartel, entre elas a Arena Pernambuco, em Recife, e o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro", detalhou o Cade, com o qual a empresa assinou um acordo de leniência para colaborar com as investigações.

O processo é um desdobramento da Operação Lava Jato, que revelou um gigantesco esquema de corrupção na Petrobras.

O Cade destacou que a leniência trouxe indícios que envolvem outras empresas, como Odebrecht, Camargo Correa, Queiroz Galvão e OAS, todas ligadas igualmente ao esquema de corrupção na petroleira.

A articulação para eliminar a concorrência nos leilões para as obras começaram em outubro de 2007 e se estenderam até 2011, "um momento em que foram definidos todos os estádios em suas respectivas sedes", destacou o organismo.

Em 2013, milhões de brasileiros foram às ruas protestar contra os investimentos públicos milionários na organização do Mundial, em detrimento de setores mais necessitados como educação e saúde.

As obras no Maracanã custaram quase 600 milhões de dólares, o dobro do orçado inicialmente.

Os acordos com o Cade permitem que a primeira empresa que os assine voluntariamente não pague multas, nem sofra penalidades em troca de por fim a este procedimento, confessar seus crimes e cooperar com as investigações.

Se forem consideradas culpadas, as demais envolvidas enfrentam condenações administrativas que potencialmente possam chegar a 20% de seu faturamento bruto.

Este é o terceiro acordo assinado pela Andrade Gutierrez.

O Cade informou que abrirá uma investigação sobre o cartel denunciado, cujo funcionamento é similar ao detectado no esquema que desviou 2 bilhões de dólares da Petrobras: as empresas repartiam as obras segundo sua conveniência e depois simulavam disputar em licitações que já tinham sido acordadas de antemão.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)