Após ser atacada pelo presidente eleito Donald Trump, a Boeing se comprometeu a rever os custos de produção do futuro avião presidencial americano para oferecê-lo no melhor preço possível para os contribuintes - como contou à AFP a empresa de construção aeronáutica na quarta-feira.
"O presidente da Boeing, Dennis Muilenburg, conversou ontem (terça) por telefone com o presidente eleito Trump. Muilenburg parabenizou Trump por sua vitória eleitoral e se comprometeu a trabalhar com a nova administração para controlar os custos com a finalidade de que o novo programa Air Force One se mantenha no melhor preço possível", declarou um porta-voz do grupo.
Pouco antes, Donald Trump havia relatado essa conversa telefônica à rede de televisão americana NBC, reiterando sua ameaça de anular o contrato, se o fabricante aeronáutico não reduzir os valores.
"Vamos chegar a isso", disse Trump.
"Vocês sabem que é por isso que estou aqui. Estou aqui para negociar os preços. Os aviões estão muito caros. Estamos buscando uma redução dos preços. Se não conseguirmos uma redução, não faremos o pedido. Continuaremos com o que temos", declarou.
O presidente eleito ameaçou anular o contrato com a Boeing nessa terça-feira (6).
"A Boeing constrói um novo Air Force One 747 para cada um dos futuros presidentes, mas os custos excederam, mais de 4 bilhões de dólares anuais. Cancelem o pedido!" - escreveu Trump no Twitter.
O Pentágono também defendeu o polêmico projeto para substituir o avião presidencial americano.
O porta-voz da Defesa, Jeff Davis, disse que se trata de um projeto extraordinariamente complexo.
"Pode parecer muito dinheiro, mas se deve levar em conta que é um 'sistema de sistemas'.
De acordo com o porta-voz, "o sistema terá peças de muitas companhias diferentes que fornecem os equipamentos correspondentes. E simplesmente não sabemos o número exato".
Essas aeronaves têm uma incrível "capacidade em termos de comunicação, como são montados e seus sistemas de defesa, e usam sistemas que permitem você se defender em qualquer tipo de situação que possamos imaginar", acrescentou.
Davis apontou que os responsáveis pelo projeto "esperam ter a oportunidade de explicar as exigências requeridas (...) e o custo estimado, e estamos preparados para trabalhar com o novo presidente e com a nova administração para reduzir custos".
O Air Force One, que leva esse nome apenas quando o presidente está a bordo, permite que o líder americano exerça todos os seus compromissos referentes ao cargo enquanto realiza um voo, incluindo a possibilidade de autorizar um ataque nuclear.
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