Ele foi recebido como uma maneira revolucionária de estimular as pessoas a se moverem, usando seus smartphones para perseguir a pé criaturas virtuais em parques e ruas de cidades reais, em vez de usar o carro ou metrô.
Mas o jogo de realidade aumentada Pokémon Go realmente tornou as pessoas mais ativas e saudáveis? Sim, mas apenas por um curto período de tempo, de acordo com um estudo americano publicado na quarta-feira.
Na primeira semana em que usaram o aplicativo, os jogadores deram em média 955 passos adicionais por dia - cerca de 11 minutos de caminhada, o equivalente a quase metade do nível de atividade física recomendado pela Organização Mundial da Saúde, segundo os pesquisadores.
O efeito, porém, teve curta duração. Após seis semanas jogando o Pokémon Go, que se tornou um fenômeno global, o nível de atividade física dos usuários voltou ao que era antes do uso do aplicativo - cerca de 4.250 passos por dia.
"Os resultados sugerem que o impacto positivo do Pokémon Go na saúde é moderado e diminui após seis semanas de jogo", disse um comunicado da Escola de Saúde Pública TH Chan da Universidade de Harvard, cujos pesquisadores realizaram o estudo.
A equipe mediu o número médio de passos por dia em 1.182 adultos de entre 18 e 35 anos, entre jogadores ávidos de Pokémon Go e pessoas que não tinham o aplicativo no celular, nos Estados Unidos.
O estudo foi realizado durante as quatro semanas anteriores ao download do aplicativo e as seis semanas seguintes.
Todos os participantes usaram o iPhone 6, que registra automaticamente o número de passos que se dá ao transportar o dispositivo.
O estudo não mediu, porém, qualquer atividade física realizada pelos participantes quando eles não estavam com o smartphone.
Pokémon Go é um jogo de realidade aumentada que permite caçar criaturas virtuais que aparecem no mundo real quando os jogadores apontam para elas com a câmera do celular.
O jogo foi baixado mais de 500 milhões de vezes desde o seu lançamento, em julho, de acordo com o estudo, publicado na revista científica BMJ.
O estudo não indica os motivos do declínio de atividade física observado após seis semanas.
"Estamos apenas começando a entender como os jogos de realidade aumentada podem potencialmente ser benéficos para a saúde", disse Katherine Howe, coautora do estudo.
"Eles dão às pessoas uma razão para sair ao ar livre, caminhar e socializar. Imagine o potencial de desenvolver esses jogos não só para aumentar a atividade física, mas também para aumentar o bem-estar mental, melhorar o humor, as habilidades cognitivas e a interação social", acrescentou.
O estudo destacou, por outro lado, os riscos potenciais do uso deste tipo de jogos, como os acidentes de trânsito causados por pessoas que se distraem enquanto usam seus smartphones para jogar.
Um vídeo explicando o estudo pode ser visto aqui: https://www.bmj.com/content/355/bmj.i6270
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