A cotação das ações do banco italiano BMPS foi suspensa, nesta segunda-feira à tarde (19), após uma perda de 10,42%, a 18,75 euros, no primeiro dia de sua ampliação de capital - uma operação crucial para este banco em grandes dificuldades.
Terceiro banco italiano e o mais antigo do planeta, o Monte Paschi di Siena (BMPS) deseja captar até 5 bilhões de euros com essa ampliação.
O BMPS é o elo frágil do sistema bancário italiano, cuja instabilidade preocupa toda a Europa neste momento. Um eventual fracasso dessa recapitalização poderá abrir caminho para um processo de resgate público.
Essa instituição registrou os piores resultados dos testes de resistência publicados no fim de julho pela Autoridade Bancária Europeia (EBA). Esses testes medem a capacidade que um banco tem de enfrentar choques conjunturais.
Para administrar sua situação, o BMPS pôs em marcha um plano de resgate integral com a venda de 27,6 milhões de euros de empréstimos duvidosos e essa ampliação de capital.
A primeira parte desse plano - uma operação de conversão voluntária de bônus - já arrecadou mais de 1 bilhão de euros.
Desde o início do ano, as ações do BMPS caíram 80%.
Fundado em 1472, o BMPS também se vê afetado pela instabilidade política gerada pela demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi, após a vitória do "não" no referendo de 4 dezembro sobre a reforma constitucional promovida por ele.