Cientistas britânicos mediram pela primeira vez a migração de insetos que voam a grandes altitudes e descobriram que mais de três trilhões deles passam acima de nossas cabeças a cada ano, segundo um estudo publicado na quinta-feira na revista científica Science.
Insetos são intervenientes essenciais em ecossistemas saudáveis. Eles polinizam e comem pragas de colheitas, e fornecem alimento para pássaros e morcegos.
Especialistas dizem que esta primeira medida sugere que a migração de insetos - que a maioria de nós nunca vê - é um evento importante.
"Os corpos de insetos são ricos em nutrientes e a importância desses movimentos é subestimada", disse o coautor Jason Chapman, do Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter, na Cornuália.
"Se as densidades de insetos observadas no céu do sul do Reino Unido forem extrapoladas para o espaço aéreo de todos os continentes, as migrações de insetos em grande altitude representa o movimento anual de animais mais importante nos ecossistemas terrestres, comparável às migrações oceânicas mais significativas", acrescentou.
Em termos de peso, este movimento teria 3.200 toneladas, mais de sete vezes a massa dos 30 milhões de pássaros canoros que saem do Reino Unido rumo à África a cada outono, disse o estudo.
A maioria das viagens - cerca de 70% - são feitas durante o dia, disseram cientistas da Universidade de Exeter e do Centro de Pesquisa de Rothamsted.
Usando radares especiais apontados para o céu, o autor principal, Gao Hu, acompanhou a migração de insetos a uma altura de 150 metros por quase uma década.
A média anual chegou a 3,3 trilhões de insetos, e as viagens eram mais maciças em dias quentes, disseram os pesquisadores.
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