Um grupo de vinte haitianos sobreviventes enterraram a filha de um dos seus colegas falecidos nesta segunda-feira (26), após o ônibus no qual viajavam se acidentar na fronteira México-EUA, e deixar 40 pessoas da mesma nacionalidade feridas.
O veículo que transportava os haitianos, que dispunham de vistos temporários, saiu à noite do dia 24 de dezembro da cidade de Tapachula, pertencente ao estado de Chiapas (México) rumo a Tijuana, fronteira americana. No entanto, na madrugada do dia 25 caiu da estrada no município Acayucan, em Veracruz, como informou em comunicado o Instituto Nacional de Migração.
A bebê de onze meses morreu no local do acidente, e outros 40 haitianos foram levados a hospitais próximos, incluindo a mãe da menor.
O acidente decorreu do "péssimo estado das estradas de Veracruz, e do excesso de velocidade" com que o motorista dirigia, informou à AFP um funcionário da Polícia Rodoviária Federal que falou a respeito do acidente em anonimato.
Dos 40 feridos, apenas oito permanecem hospitalizados. Dentre essas pessoas que permanecem no hospital está a mãe da criança falecida, que não pode comparecer ao funeral da própria filha, comunicou à AFP Amadeo Retureta, diretor do Sistema para Resolução de Questões Familiares (DIF) de Acayucan.
O Instituto Nacional de Imigração (INM) disse que os haitianos possuem visto temporário para chegarem à Tijuana, local no qual irão se reunir com outros concidadãos que buscam ingressar nos Estados Unidos diante da crise social e econômica que atinge seu país de origem.
Desde maio de 2016 a chegada massiva de imigrantes haitianos tem preocupado os escritórios de imigração do estado da Califórnia (noroeste dos EUA), local onde se situa a cidade de Tijuana. As autoridades estimam haver milhares de haitianos vivendo no local no aguardo para entrar nos Estados Unidos.