Manifestantes com capas e capuzes brancos interromperam nesta terça-feira a audiência de confirmação do Senado para a nomeação de Jeff Sessions como procurador-geral dos Estados Unidos, dramatizando as preocupações sobre seu histórico no campo dos direitos civis.
A escolha de Donald Trump para a maior autoridade em aplicação da lei do país é o primeiro membro do gabinete do presidente eleito a enfrentar uma audiência de confirmação.
Sessions deve ser submetido a um interrogatório sobre acusações de que fez comentários racistas sobre afro-americanos e direitos civis no início de sua vida profissional.
Manifestantes, incluindo vários do grupo de defesa dos direitos humanos Code Pink, agitaram cartazes que diziam: "Acabe com o racismo, pare Sessions" e "Acabe com o ódio, pare Sessions".
Quando ele estava sendo recebido pelo presidente do Comitê Judiciário do Senado, Chuck Grassley, dois homens vestidos como membros do Ku Klux Klan começaram a protestar na sala de audiências com gritos sobre o passado de Sessions, e a fingir estarem gratos pela nomeação de um conservador como procurador-geral.
"Você não pode me prender, eu sou um homem branco!" - gritou um dos homens quando foi levado pela Polícia do Capitólio dos Estados Unidos.
"Sessions é racista, ele é ilegítimo, assim como todo o regime Trump", gritou um homem afro-americano quando foi escoltado para fora da sala.
Sessions, de 70 anos, é um ex-promotor federal que cresceu no sul segregado. Ele expressou sua oposição à imigração, e será questionado sobre se vai atender ao chamado da campanha de Trump para prender a rival Hillary Clinton pelo escândalo dos seus e-mails.
Algumas das acusações mais duras contra Sessions dizem respeito a um suposto racismo. Sua nomeação para juiz federal foi cancelada na década de 1980, em meio a acusações de que ele fez comentários racialmente insensíveis quando promotor.
Sessions começou sua declaração de abertura assegurando ao painel que o procurador-geral "deve estar disposto a dizer 'não' ao presidente se ele passar dos limites".
Ele também tentou amenizar as preocupações sobre seu passado.
"O Departamento de Justiça nunca deve falhar em sua obrigação de proteger os direitos civis de todos os americanos, particularmente aqueles que são mais vulneráveis", disse, afirmando seu compromisso de "garantir o acesso ao voto para todos os eleitores americanos elegíveis".
Grassley saudou Sessions como um homem que "cumpriu o seu dever, aplicou a lei de forma justa" e cujo "passado é uma vida de serviço público".