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Estado de Minas

Trump é informado que Rússia tem dados comprometedores sobre ele


postado em 11/01/2017 09:10

Os chefes da inteligência dos Estados Unidos declararam ao presidente eleito, Donald Trump, que agentes russos dizem ter informações pessoais e financeiras comprometedoras sobre ele, reunidas em memorandos que circulam por Washington e que foram divulgados na terça-feira pelos meios de comunicação.

A informação foi apresentada a Trump na sexta-feira passada durante um encontro com os diretores das agências de espionagem que deveriam informá-lo sobre a suposta interferência russa da campanha eleitoral, indicou a imprensa.

A rede CNN disse que nestes relatórios são detalhados contatos que pessoas próximas a Trump teriam realizado com funcionários russos.

Também são mencionadas gravações em vídeo de festas com prostitutas que o agora presidente eleito teria participado na Rússia em 2013.

"Notícias falsas - uma caças às bruxas total!", reagiu na terça-feira o presidente eleito no Twitter.

Por sua vez, o presidente em fim de mandato, Barack Obama, disse à rede NBC que "não comento sobre informações sigilosas".

A autenticidade das 35 páginas de documentos - datados entre junho e dezembro de 2016 - ainda não foi confirmada por nenhuma fonte, mas detalham contatos que enviados de Trump teriam realizado na República Checa e na Rússia.

A CNN indicou que a existência dos memorandos russos foi informada por um ex-agente de inteligência britânico contratado por outros candidatos presidenciais dos Estados Unidos para fazer uma "investigação de oposição" política sobre Trump em meados do ano passado.

O FBI, a polícia federal, recebeu a informação em agosto, mais de dois meses antes das eleições presidenciais de 8 de novembro, segundo a CNN.

A Rússia, por sua vez, negou nesta quarta-feira ter "informações comprometedoras" sobre o presidente eleito dos Estados Unidos.

"O Kremlin não tem informações comprometedoras sobre Trump", disse à imprensa o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dimitry Peskov.

"É uma falsidade total", afirmou. "A fabricação de semelhantes mentiras é uma tentativa evidente de prejudicar nossas relações bilaterais" antes da posse em 20 de janeiro de Trump, favorável a uma aproximação com Moscou, explicou Peskov.

"Algumas pessoas atiçam esta histeria", acrescentou o porta-voz, que classificou este caso de "caça às bruxas".

O porta-voz utilizou chegou a usar a palavra "komrpoma", expressão herdada do jargão soviético que designa informações comprometedoras sobre pessoas suscetíveis de serem submetidas a chantagens.

Estas revelações incendiárias ocorrem às vésperas da posse do governo de Trump, marcada para o dia 20 de janeiro.

Também provocaram comoção. "Se estas alegações de coordenação entre funcionários da campanha de Trump e agentes de inteligência russos, e as alegações de que os russos comprometeram a independência do presidente eleito forem certas, isso seria realmente alarmante", disse o senador democrata Chris Coons à CNN.

- Hackers -

A Rússia foi acusada pela inteligência dos Estados Unidos de ter tentado influenciar na campanha eleitoral com ataques cibernéticos com o objetivo de aumentar as chances de vitória de Trump.

Segundo a inteligência, a Rússia teria hackeado os e-mails do Comitê Nacional Democrata e de outras instituições americanas com o objetivo de influenciar na eleição de 8 de novembro.

No entanto, os hackers russos não se envolveram na campanha nacional de Trump, indicou na terça-feira o diretor do FBI, James Comey.

De acordo com Comey, que compareceu perante a comissão de inteligência do Senado, os russos entraram nos computadores de campanha de Trump nos âmbitos local e estatal, mas não o fizeram nacionalmente.

"Não temos nenhum indício de que a campanha de Trump tenha sido hackeada" nacionalmente, indicou o diretor do FBI.

Os russos acessaram dados do Partido Republicano, mas foram contas de e-mail "que já não eram utilizadas", explicou o diretor do FBI.

As informações que coletaram eram velhas e não foram divulgadas pelos russos, indicou Comey.

O Kremlin também nega estas acusações. No entanto, a administração Obama, que entregará o poder a Trump em 20 de janeiro, sancionou em dezembro a Rússia, expulsando 35 diplomatas considerados espiões.


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