Mais de 20 bombeiros morreram no desabamento nesta quinta-feira de um edifício de 15 andares em chamas em Teerã, informou o prefeito Mohamad Bagher Ghalibaf.
"Até o momento, mais de 20 de nossos camaradas das brigadas dos bombeiros morreram ao tentar ajudar os outros" que chegaram para controlar o incêndio declarado esta manhã, informou à televisão estatal.
Um porta-voz dos bombeiros, Jalal Maleki, declarou que não podia confirmar o número de mortos.
No início da tarde, havia "70 feridos, incluindo 23 hospitalizados", segundo indicou o chefe dos serviços de emergência, Pir Hossein Koolivand, fornecendo um primeiro balanço de vítimas antes e depois do desabamento do edifício.
Este imóvel, chamado Plasco Building, desmoronou na parte da manhã em uma enorme nuvem de poeira, como foi mostrado ao vivo pela televisão estatal iraniana.
O Plasco era um dos edifícios mais altos construídos na capital no início da década de 1960.
Seus ocupantes tinham sido evacuados pouco antes do desabamento, mas dezenas de bombeiros que lutavam contra um incêndio no local ainda estavam em seu interior.
"Acredito que haja de 40 a 50 pessoas" sob os escombros, indicou Ali, um bombeiro que participa na limpeza da estrutura destruída.
"Nós não sabemos quantos estão lá dentro, mas se houver apenas um ainda é muito", havia dito anteriormente o chefe de polícia de Teerã, Hossein Sajediniya.
A polícia evacuou o bairro, na zona sul de Teerã, por medo de explosões provocadas por vazamentos de gás, constatou um jornalista da AFP.
Dezenas de ambulâncias e caminhões dos bombeiros estavam no local, bem como inúmeras famílias lamentando os bombeiros presos sob os escombros.
"Meu amigo tinha uma loja dentro do prédio. Estou telefonando há horas, mas ninguém atende, e acho que ele está preso" no prédio, declarou Moshen, um dos muitos presentes perto do local da tragédia.
- Alertas ignorados -
Entre eles, Ahmad, proprietário de uma loja no prédio Plasco, lamentando ter "perdido tudo". "Milhares de famílias estão arruinadas", disse ele.
Este edifício construído em 1962 abrigava um centro comercial e ateliês têxteis.
"Havíamos advertido várias vezes os responsáveis do edifício" de que não era seguro, sobre a fragilidade da construção, ressaltou um porta-voz dos bombeiros, Jalal Maleki, lamentando que as autoridades em questão tenham ignorado as advertências.
Ele observou que grandes quantidades de roupa eram armazenadas em caixas nas escadas de emergência, "o que é contrário às normas de segurança".
O incêndio, que durou quatro horas, começou no 9º andar do edifício e se propagou para todos os demais, de acordo com os bombeiros.
Antes do desabamento, a televisão estatal exibiu imagens das enormes chamas escapando dos pisos superiores.
O edifício foi construído pelo empresário judeu Habibollah Elghanian, que, depois da revolução islâmica de 1979, foi condenado à morte e executado por seus supostos vínculos com Israel.