A explosão de vida oceânica há 471 milhões de anos não foi provocada por um bombardeio de meteoritos, revela um estudo divulgado nesta terça-feira, desafiando a teoria predominante sobre o evento.
Sem oferecer uma explicação alternativa para o que é conhecido como o Grande Evento de Biodiversificação do Ordoviciano (GOBE), pesquisadores da Suécia e da Dinamarca disseram que a expansão de criaturas começou dois milhões de anos antes do bombardeio de rochas espaciais.
A conclusão foi baseada na datação de sedimentos de meteoritos na Suécia.
"Este estudo mostra que os dois fenômenos não estão relacionados", escreveram os pesquisadores na revista científica Nature Communications.
Para o coautor do estudo Anders Lindskog, da Universidade de Lund na Suécia, os dados mostraram que "não há influência 'extraterrestre' mensurável na biodiversidade" nos oceanos da Terra.
O GOBE, que expandiu enormemente a diversidade da vida marinha, começou cerca de 70 milhões de anos após a primeira explosão de vida na Terra, durante o período Cambriano, há cerca de 540 milhões de anos.
Alguns cientistas afirmam que o evento do Ordoviciano foi provocado por uma colisão de objetos no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, fazendo chover fragmentos no nosso planeta.
Tal bombardeio pode ter mudado o ambiente justo o suficiente para estimular a diversificação da vida existente, segundo a teoria.
A questão do que causou essa diversificação continua em aberto, mas Lindskog especula que se tratou provavelmente de uma combinação de eventos e processos.
"É razoável que os níveis muito altos do mar que prevaleceram durante o Ordoviciano (...) simplesmente ofereceram mais espaço para a vida prosperar", disse à AFP.
"Combinando esse fator com a presença de muitos pequenos continentes (permitindo mais faunas endêmicas) e as mudanças climáticas benéficas (provavelmente resfriamento), temos uma boa 'receita' para a biodiversificação", afirmou o pesquisador por e-mail.
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