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Estado de Minas

Encarregada no Brasil do Mossack Fonseca é detida pela 'Lava Jato'


postado em 14/02/2017 19:01

A responsável no Brasil pelo escritório de advocacia Mossack Fonseca, envolvido no escândalo "Panama Papers", María Mercedes Riaño, foi detida nesta terça-feira como parte das investigações da Lava Jato.

A Procuradoria "ordenou a detenção preventiva" de Riaño "por prazo indeterminado", confirmou à AFP Ramon Mendoza, membro da equipe de advogados de Riaño.

A prisão ocorreu na madrugada desta terça-feira na Cidade do Panamá depois de Riaño testemunhar por mais de 10 horas ante a Procuradoria Especializada na Repressão ao Crime Organizado.

Mendoza acrescentou que as atividades de Riaño no Brasil "não tiveram nenhuma incidência" no caso da 'Lava Jato', que revelou o amplo esquema de corrupção envolvendo construtoras, governos e políticos na América Latina entre 2005 e 2014.

Os procuradores brasileiros também acusam Riaño de criar empresas offshore por meio da Mossack Fonseca para pagar subornos.

"Ela era uma representante da Mossack Fonseca nesse lugar (Brasil), já que se encarregava das sociedades que eles (a firma no Panamá) lhe enviavam", disse Aura Guerra, advogada de Riaño.

Já os defensores legais da empresa panamenha argumentam que sua sede no Brasil é totalmente independente da matriz, por isso desvinculam a empresa de qualquer possível atividade ilegal no país sul-americano.

Os fundadores do Mossack Fonseca, Jürgen Mossack e Ramón Fonseca Mora, foram detidos na semana passada no Panamá por um suposto esquema de lavagem de dinheiro.

A procuradora panamenha Kenia Porcell afirmou na quinta-feira passada que essa empresa é uma "organização criminosa dedicada a ocultar bens e dinheiro de origem suspeita" e serve para "eliminar evidências dos envolvidos nas atividades ilícitas relacionadas com o caso da 'Lava Jato'".

"Riaño está colaborando com a Procuradoria do Panamá para traçar uma imagem objetiva da situação e onde ela, como pessoa e subalterna, não teve maior participação", afirmou Mendoza.

Fonseca Mora declarou pouco antes de sua detenção que a empresa "não tem nada a ver" com a 'Lava Jato'.


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