Questionado sobre se o Brexit ou Trump eram uma ameaça à OMC, o diretor-geral afirmou que ambos os eventos têm em comum uma desconfiança da globalização, mas considerou mais delicado o momento atual dos Estados Unidos.
"O Brexit responde a um desejo de soberania e independência, nomeadamente contra a imigração percebida como prejudicial", declarou na entrevista ao Le Temps.
Azevêdo afirmou que está disposto a discutir com representantes dos Estados Unidos na OMC e considerou que "qualquer programa de crescimento e industrialização deve ter um componente comercial".
O diretor-geral da OMC evitou comentar diretamente, porém, algumas medidas defendidas por Trump, como a imposição nos Estados Unidos de um imposto sobre bens importados. Azevêdo considerou que não poderia se basear em intenções do presidente norte-americano: "a imaginação não é meu forte".
O embaixador brasileiro Roberto Azevêdo foi reconduzido ao posto de diretor-geral da OMC, um organismo composto por 164 países que trata das regras do comércio exterior. Ele era candidato único. À frente da OMC, Azevêdo conseguiu fechar o único acordo multilateral negociado no âmbito do organismo desde sua criação, em 1995. O Acordo de Facilitação do Comércio (AFC) remove barreiras burocráticas ao comércio, com um potencial de aumento no comércio exterior de US$ 1 trilhão..