A construtora Odebrecht teria pagado as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por 20 anos para garantir a segurança de suas obras na Colômbia - revela a revista Veja em sua última edição.
Segundo a revista, em depoimento, dois executivos da empresa admitiram os pagamentos, entre US$ 50 mil e US$ 100 mil por mês, em troca de "licenças" para a realização de obras nas áreas controladas pela guerrilha.
A medida foi adotada nos anos 1990, depois que as Farc sequestraram dois executivos da Odebrecht.
A empresa recorreu a um grupo americano especializado em zonas de conflito, que negociou a libertação dos reféns e, depois, sugeriu uma solução definitiva para evitar novos problemas desse tipo, relata a Veja.
Nos balanços da empresa, o chamado "imposto guerrilheiro" pago às Farc aparecia dentro das rubricas "custo operacional", ou "tributo territorial".
Esse acordo permitiu à Odebrecht realizar, entre outros trabalhos, a Rota do Sol. Essa autoestrada de mais de 500 km une o centro da Colômbia à costa do Caribe.