A fala de Uribe foi feita após a revista Veja ter publicado que a Odebrecht teria reconhecido que fez pagamentos às Farc durante duas décadas, em troca da segurança para realizar suas obras. De acordo com a agência France Presse, porém, a construtora divulgou comunicado no qual nega que tivesse realizado pagamentos às Farc.
O ex-presidente colombiano diz que o suposto pagamento à guerrilha seria parte de uma estratégia da companhia e dos governos de esquerda do Brasil. "Parece que tem razão aqueles que afirmam que a enorme riqueza da Odebrecht estava em função da destruição da democracia e da implantação do socialismo do Foro de São Paulo", disse Uribe. Para o ex-líder, a construção do porto de Mariel em Cuba, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apenas foi uma estratégia para "dissimular o presente de Lula a Castro", referindo-se ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e ao líder cubano, Raúl Castro.
Uribe afirma que, na Colômbia, o financiamento ao terrorismo não foi exclusividade da Odebrecht e que outras empresas estrangeiras teriam feito pagamentos anteriormente às Farc e ao Exército de Libertação Nacional (ELN).
O ex-presidente afirma que os líderes das Farc devem ser responsabilizados por seus crimes. Uribe cita várias razões que para ele tiram legitimidade do acordo: além dos supostos pagamentos da Odebrecht, o fato de o governo ter perdido o plebiscito sobre o tema; a impunidade resultante; e o desrespeito à Constituição. "As Farc não terão de devolver o dinheiro, enquanto muitos colombianos serão levados à inquisição do terrorismo para ser julgados por ter sido extorquidos por paramilitares", comparou.
No vídeo, Uribe também convoca os colombianos para uma manifestação em 1º de abril, contra o que ele qualifica como "abusos econômicos e tributários" de Santos e seus aliados..