As grandes obras de reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 foram objeto de milionários superfaturamentos, indicou o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).
Estas irregularidades aumentaram o custo das obras em R$ 211 milhões, detalhou o relatório divulgado no domingo (12) à noite pelo programa Fantástico, da TV Globo, com base em documentos também obtidos pela AFP.
O Ministério Público do Rio pediu na sexta-feira (10) que as construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta Engenharia, encarregadas das obras, restituíssem R$ 200 milhões ao Tesouro Público.
A reforma do estádio custou R$ 1,2 bilhão, quase o dobro dos R$ 700 milhões previstos no projeto que ganhou a licitação.
O cimento foi comprado a um preço três vezes maior que o do mercado, com um impacto de R$ 23 milhões no custo, de acordo com o TCE.
Alguns serviços, como o aluguel de gruas, foram faturados em duas vezes, revelam os documentos.
Outro importante impacto no preço final foi o da substituição da cobertura das arquibancadas, cuja preservação era prevista no projeto original.
Trata-se de uma estrutura similar ao do Soccer City de Joanesburgo, onde foi jogada a final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, mas que foi cinco vezes mais cara, segundo a TV Globo.
A Odebrecht, concessionária do estádio, indicou ao ser consultada sobre essas denúncias pela AFP, que "reitera seu compromisso de cooperar com as autoridades".
O Maracanã permaneceu em estado de abandono durante três meses, devido um imbróglio político-legal entre a concessionária e o comitê organizador das Olimpíadas de 2016, mas na quarta-feira (8) suas arquibancadas voltaram a vibrar com a partida pela Libertadores entre Flamengo e San Lorenzo.