Santos pede exposição de suas contas de campanha por caso Odebrecht

AFP

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu nesta quarta-feira que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) exponha suas contas da campanha de 2010, que teriam recebido dinheiro da empreiteira Odebrecht.

Santos solicitou ao ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, que consulte o CNE para saber se as contas já caducaram e se essa caducidade pode ser retirada "para que tudo fique esclarecido o mais breve possível", segundo comunicado da presidência.

O pedido é feito porque os três anos, fixados por lei, para sancionar irregularidades já foram cumpridos, disse à AFP o presidente do CNE, Alexander Vega.

A campanha de Santos em 2010, que o levou pela primeira vez à presidência, foi questionada após o tesoureiro Roberto Prieto reconhecer na terça-feira que a Odebrecht financiou a propaganda do atual presidente.

Prieto, que depois foi gerente da campanha para reeleição de Santos em 2014, sustentou à Blu Radio que empreiteira pagou por dois milhões de cartazes de publicidade a favor do presidente.

Santos negou na terça-feira ter conhecimento ou autorizado contribuições da empreiteira e pediu que as autoridades "sancionem os responsáveis por quaisquer atos de corrupção", se desculpando dos colombianos por "este fato humilhante".

Nesta quarta-feira, o gerente da campanha de Santos em 2010, Santiago Rojas, negou em comunicado que o presidente tivesse "ingerência" no manejo dos recursos eleitorais.

Rojas, atual diretor do organismo que arrecada os impostos no país, DIAN, renunciou a seu cargo no dia anterior por causa deste escândalo, mas nesta quarta Santos negou a demissão ao destacar sua "trajetória e integridade".

A Procuradoria colombiana anunciou em fevereiro a abertura de uma investigação pelo suposto financiamento de um milhão de dólares para a campanha à reeleição de Santos, procedentes de um suborno ao ex-senador Otto Bula, preso por ter recebido dinheiro da Odebrecht.

O presidente colombiano disse que "não existe" prova de que esse dinheiro tenha ido para sua campanha e na terça-feira Prieto destacou que a eleição de 2014 não recebeu recursos de "nenhuma empresa".

Segundo o organismo, a Odebrecht pagou mais de 11 milhões de dólares em subornos na Colômbia para ganhar licitações de obras públicas.

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