Oito pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira em um tiroteio ocorrido em um colégio secundário de Grasse, sudeste da França, e que tinha como alvo o diretor da instituição.
Um aluno do estabelecimento, de 17 anos, armado com um fuzil, duas pistolas e duas granadas, foi detido depois do incidente registrado na escola secundária Tocqueville, informou uma fonte judicial à AFP, pedindo para não ser identificada.
"Suspeito aparentemente sofre de problemas psicológicos", afirmou o presidente da região, Christian Estrosi.
As informações ainda são contraditórias sobre se o suspeito agiu sozinho ou com a ajuda de uma segunda pessoa.
Outra fonte policial, no entanto, disse que o estudante agiu sozinho.
Segundo um comunicado da prefeitura de Grasse, dois alunos dispararam contra o diretor. Este último e outros dois estudantes sofreram ferimentos leves e um terceiro aluno teve uma crise nervosa, segundo Estrosi.
Como medida de segurança, as autoridades ordenaram o fechamento de todos os centros escolares desta localidade conhecida por seus perfumes e situada 40 km a oeste de Nice. Alunos, professores e funcionários receberam ordem de ficar dentro das escolas.
"Aos alunos pedimos que fiquem na escola e se acalmem", informaram as autoridades locais.
Funcionários públicos locais disseram à AFP que vários alunos chegaram a fugir e procuraram refúgio em um supermercado próximo, o que acabou criando pânico e rumores de um ataque.
O secretário de Educação de Nice, Emmanuel Ethis, também pediu aos pais que não vão buscar seus filhos nas escolas, garantindo que os alunos se encontram em segurança.
A França se encontra em estado de emergência depois de uma onda de atentados jihadistas que deixou 238 desde janeiro de 2015.
Neste caso, no entanto, a investigação não está orientada para uma hipótese terrorista.
- Segurança reforçada -
Desde o início das aulas, em setembro, a segurança em torno dos 64.000 estabelecimentos escolares do país foi reforçada, com a mobilização de mais de 3.000 reservistas.
O tiroteio acontece a menos de 40 dias das eleições presidenciais, nas quais Marine Le Pen, da extrema-direita, parte como favorita no primeiro turno.
Também aconteceu horas depois da explosão de uma carta-bomba no escritório do FMI em Paris, que foi caracterizado como um atentado pelo presidente francês François Hollande.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também emitiu um comunicado condenando o que chamou de ato de violência.
Segundo as primeiras informações, a vítima é uma assistente da direção, que teria ficado ferida nas mãos e no rosto depois de abrir uma carta-bomba. Os funcionários foram retirados das instalações por medida de proteção.
A procuradoria antiterrorista abriu uma investigação por tentativa de assassinato em um ato terrorista.
A França já vivenciou ataques a suas escolas.
Em 2012, Mohamed Merah, um extremista de 23 anos, matou três crianças e um professo em uma escola judia da cidade de Toulouse (sudoeste).
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