Uma carta-bomba explodiu nesta quinta-feira na sede parisiense do Fundo Monetário Internacional (FMI) e feriu uma assistente da direção, um ato chamado pelo presidente François Hollande de "atentado".
O grupo anarquista Conspiração das Células de Fogo é o principal suspeito, segundo indicou à AFP uma fonte da polícia grega.
De acordo com esta fonte, o vice-ministro grego da Defesa Civil, Nikos Toskas, foi informado pelas autoridades francesas que o pacote enviado ao FMI foi expedido de Atenas, assim como aquele enviado no dia anterior ao ministério das Finanças alemão.
Esse primeiro envio foi reivindicado esta manhã pelo grupo anarquista.
Outra evidência, fragmentos de selos gregos foram encontrados na carta-bomba do FMI.
"Dada as primeiras constatações, a investigação se orienta na direção da pista de um grupo anarco-autônomo", indicou uma fonte ligada à investigação em Paris.
"Estamos diante de mais um atentado, não há outra palavra frente a uma carta-bomba", declarou o presidente francês.
"Continuamos a ser alvos.
"Há o estado de emergência, e anunciei que ele deverá ser prolongado até 15 de julho", ressaltou.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, emitiu, por sua vez, um comunicado condenando o que chamou de "ato de violência covarde".
O primeiro-ministro Bernard Cazeneuve, que estava no local, encurtou sua visita pouco após um tiroteio que fez oito feridos em um colégio de Grasse, no sudeste da França. Um aluno de 17 anos foi detido na posse de várias armas.
A explosão da carta-bomba na sede do FMI "feriu de forma leve" as mãos e o rosto da secretária que estava no escritório, segundo a polícia de Paris.
Na véspera, a polícia alemã anunciou a descoberta no ministério das Finanças, em Berlim, de um pacote que continha uma "mistura explosiva", frequentemente utilizada para causar ferimentos consideráveis.
Ele era endereçado a um deputado de direita. O grupo anarquista grego Conspiração de Células de Fogo reivindicou o envio do pacote.
- Relativamente artesanal -
A explosão na sede do FMI em Paris foi causada por um artefato pirotécnico "relativamente artesanal", que provocou "danos limitados no escritório" onde explodiu, indicou o comissário de polícia Michel Cadot durante uma breve coletiva de imprensa no local.
De acordo com os primeiros elementos da investigação, o artefato poderia ser um fogo de artifício. Várias pessoas foram evacuadas como medida de precaução após a explosão, ocorrida por volta das 10h30 GMT (7h30 de Brasília), perto do Arco do Triunfo e da avenida Champs-Élysées.
A seção de combate ao terrorismo da procuradoria de Paris abriu uma investigação após a explosão no edifício do FMI, no coração de Paris. "O alvo e o procedimento" torna este encaminhamento "lógico", afirmou uma fonte próxima à investigação.
A investigação foi aberta por tentativa de assassinato e destruição por meios explosivos em ligação com um grupo terrorista, associação e formação de quadrilha terrorista, segundo a procuradoria.
As investigações foram confiadas à Sub-Direção Antiterrorista (Sdat) e a Direção-Geral de Segurança Interna (RPS).
Na quarta-feira, o ministro da Justiça Jean-Jacques Urvoas considerou que as condições estavam reunidas para "declarar o fim do estado de emergência", introduzido na França após os ataques extremistas em 13 de novembro de 2015 e prorrogado até 15 de julho de 2017.
A decisão, no entanto, deverá ser tomada apenas após as eleições presidencial e legislativa, uma vez que cabe ao Parlamento decidir qualquer nova prorrogação do estado de emergência.
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