"Lamentavelmente temos 72 mortos" desde o início do ano, disse neste sábado o primeiro-ministro, Fernando Zavala, em um novo balanço das vítimas. A cifra de 72.115 desalojados e 567.551 afetados se mantém, por enquanto. Centenas de pessoas tentavam resgatar o que ficou de seus pertences, enquanto outras faziam gigantescas filas à espera de caminhões-pipa com água potável, cujo abastecimento foi cortado por conta da qualidade com que é captada dos rios.
Grupos de ajuda humanitária se preparavam em todo o território, e a ajuda é enviada por céu e mar, diante do bloqueio de várias estradas. "Recolhemos mais de três toneladas de doações" em apenas uma manhã no Palácio do Governo, disse neste sábado a primeira-dama, Nancy Lange.
Foram contabilizadas dez vítimas entre quinta e sexta-feira. Um deslizamento de terra e pedras que cobriu uma estrada em Otuzco, La Libertad, destruiu caminhões e deixou sete mortos.
O governo aumentou seu orçamento em 764 milhões de dólares para uma reconstrução que ainda não pode ser iniciada. Por enquanto, a prioridade é liberar as estradas, resgatar as pessoas e conter o avanço dos rios.
Apesar da grande quantidade de água que chega dos rios, ela não pode ser captada pelos serviços de saúde porque está muito suja. "O Sedapal trata água, não barro", explicou o presidente do Serviço de Água Potável e Rede de Esgoto de Lima (Sedapal), Rudecindo Vega.
Vega explicou que em alguns setores a população ainda é abastecida por poços, mas grande parte da capital está com o serviço reduzido e é impossível, neste momento, tratar a água suja para deixá-la pronta para o consumo.
Estão previstas, pelo menos, mais duas semanas de chuvas, em meio à angústia da população. "É como se nossa mãe estivesse doente e todos temos que fazer algo para que ela se recupere", afirmou o médico Elmer Huerta à rádio RPP..