A semana de moda de Pequim apresentou pela primeira vez em seus 20 anos de história um desfile de uma estilista tibetana, Aj-Namo, uma jovem criadora que exibiu vestidos inspirados em sua região natal, mas com toques atuais.
Aj-Namo, originária de uma região tibetana da província de Sichuan, no sudoeste da China, chegou à fama como cantora e tem sua própria marca homônima, "AJ-NAMO".
Na passarela da prefeitura de Pequim, perto da Cidade Proibida e da Praça Tiananmen, a estilista levou à passarela modelos da etnia majoritária han, mas também jovens tibetanos.
Os modelos desfilaram com roupas que combinaram tecidos tradicionais do Tibete com desenhos contemporâneos.
"Este desfile tem um grande significado, já que sou a primeira tibetana", disse à AFP Aj-Namo.
"Os tibetanos têm muitos criadores com talento, mas não há um espaço para promovê-los. Espero que, graças a minha experiência, mais minorias étnicas, de tibetanos, especialmente modelos, tenham a ideia de se lançar", explicou.
A China conta oficialmente com 56 etnias. Os han são ultramajoritários e somam 1,3 bilhão de pessoas, enquanto há 6,3 milhões de tibetanos, dos quais a grande maioria vive no oeste da China.
Muitas minorias moram em zonas pobres, onde são relegadas pela falta de educação, pela barreira do idioma e pelos modos produtivos, que nestas zonas seguem focados na agricultura.
O Dalai Lama, o líder espiritual do Tibete, exilado na Índia desde 1959, acusa o regime comunista chinês de cometer "um genocídio cultural" nesta região, conhecida como o teto do mundo.
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