A Rússia freou nesta segunda-feira os esforços americanos para organizar em abril um debate de alto nível sobre direitos humanos no Conselho de Segurança da ONU.
A embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, quer fixar o debate sobre direitos humanos para o dia 18 de abril, mas o Conselho aprovou um plano de trabalho para este mês em que o tema não aparece.
O embaixador interino da Rússia, Petr Iliichev, argumentou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU - e não o Conselho de Segurança - era a instância mais apropriada para abordar a questão.
Illichev sugeriu que o debate poderia estar vinculado à manutenção da paz, mas que "uma simples declaração geral que diga que a paz e a segurança internacionais estão ameaçadas pelas violações dos direitos humanos não é verdadeira".
Diplomatas disseram que China, Bolívia e Egito também expressaram reservas sobre o debate, que constituiria o eixo da presidência americana do Conselho, com uma reunião sobre as operações de manutenção da paz prevista para quinta-feira.
O embaixador chinês, Liu Jieyi, declarou à imprensa que acredita que ainda pode encontrar "uma saída" para essa disputa.
Haley disse em coletiva de imprensa que insistirá em fazer o debate, decisão que obrigaria Rússia e China a pedir uma votação sobre procedimentos para tentar bloqueá-la.
Entretanto, essa eventual reação fracassaria porque são necessários nove votos para incluir um assunto de debate na agenda do Conselho, que conta com 15 membros.
"Prevemos celebrá-lo no dia 18", disse Haley nessa segunda-feira.
Segundo a embaixadora americana, há negociações em curso para abordar as preocupações expressadas por alguns membros do Conselho.