"Não aceitamos e não reconhecemos os resultados difundidos pelo Conselho Eleitoral e que pretende instalar um governo ilegítimo a partir de 24 de maio próximo", afirmou Lasso. Segundo o candidato liberal, o processo estava "infestado de irregularidades". Já a Organização dos Estados Americanos (OEA) disse que observadores internacionais não encontraram evidências de fraude. "Não houve discrepâncias entre as urnas analisadas e os dados oficiais", afirmou a entidade em comunicado. A OEA enviou 77 observadores para 480 sessões de votação pelo país.
Lasso disse que solicitará uma auditoria no sistema de informática e apresentará denúncias a organismos internacionais para impugnar os resultados. Milhares de pessoas foram pacificamente protestar nas proximidades do Conselho Eleitoral. "Auditoria sim, fraude não!", gritavam os manifestantes.
A missão de observação eleitoral da OEA informou também em comunicado que lamentava "o uso político que se fez das pesquisas de boca de urna que se publicaram minutos antes do encerramento da votação". A OEA disse que a divergência entre as distintas pesquisas "gerou incerteza entre o eleitorado e levou os dois candidatos a se declararem ganhadores" antes dos dados oficiais. A OEA ainda diz que "toma nota" das denúncias feitas por Lasso.
Antes dos números oficiais, três pesquisas de boca de urna deram vitória a Lasso, com diferença de entre 5 e 6 pontos porcentuais. Apenas uma delas dava Moreno como vencedor.
As denúncias de irregularidades geraram protestos em cidades como Quito, Guayaquil, Riobamba, Santo Domingo e Ibarra, onde houve tensão entre manifestantes partidários da oposição e a polícia. Em alguns casos, houve agressões e pneus foram queimados nas ruas.
Na noite de domingo, Moreno disse que já começou o processo de transição para assumir o governo em 24 de maio no lugar de Rafael Correa, que governou o Equador por mais de uma década. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires..