O Facebook está em campanha contra as informações falsas que tantas dores de cabeças deram às empresas tecnológicas nas últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
E o primeiro passo da sua cruzada global será um tipo de manual para que os usuários aprendam a detectá-las, que a partir de sexta-feira estará na seção central da rede social em 14 países, entre eles Brasil, México, Colômbia e Argentina.
"As notícias falsas desinformam as pessoas e corroem sua confiança em nossa plataforma.
"Nos preocupa muito", acrescentou.
Com 114 milhões de usuários mensais, o Brasil é o segundo país mais ativo no Facebook do mundo, segundo dados da companhia californiana.
O assunto gerou questionamentos sobre as empresas que reinam no ecossistema virtual, por terem sido supostamente usadas para veicular rumores, e ganhou mais força com a possibilidade de que essas notícias tenham influenciado o resultado eleitoral que levou o magnata Donald Trump à Casa Branca.
Após se somar a um fundo de pesquisa de 14 milhões de dólares para ajudar o público a distinguir os conteúdos jornalísticos das informações falsas, o Facebook decidiu disponibilizar online seu próprio programa "educativo".
Aliada ao First Draft, uma ONG que se dedica a verificar conteúdos gerados nas redes sociais, a companhia enfrenta um problema em grande escala, que pode se resumir no descrédito intrínseco que implica a frase "li na internet".
"Eliminar a desinformação na internet é uma tarefa muito maior do que uma empresa", apontou Olivalves, para quem a prioridade é limitar os lucros dos geradores de notícias falsas, que atraem usuários com títulos atrativos para que consumam suas publicidades.
A propagação desse tipo de informação que for notificada como suspeita pelos leitores ou que registre um alto índice de difusão sem ter sido lida será restringida.
A campanha estará disponível também na Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Filipinas, Indonésia, Taiwan, Estados Unidos e Canadá.
Em todos esses lugares, os que acessarem o manual poderão ler sua lacônica mensagem inaugural: "Desconfie dos títulos".
- Contra o "pornô de vingança" -
Na quarta-feira, o Facebook lançou outra iniciativa, em escala global, para combater o "pornô de vingança" na rede social líder, assim como no Instagram e no aplicativo de mensagens Messenger.
"Isto é parte do nosso esforço contínuo para ajudar a construir uma comunidade segura dentro e fora do Facebook", disse a diretora de segurança global da empresa, Antigone Davis, em um blog.
Quando forem notificadas, confirmadas ou apagadas fotografias íntimas compartilhadas no Facebook sem permissão, a empresa utilizará a tecnologia de correspondência de fotos (photo-matching) para impedir que cópias da imagem original sejam compartilhadas na plataforma de novo.
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