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Estado de Minas

Estado Islâmico reivindica autoria dos atentados no Egito

O Estado Islâmico reivindicou a autoria dos dois atentados, no início da tarde deste domingo, que matou ao menos 43 em Igrejas do país


postado em 09/04/2017 15:01 / atualizado em 09/04/2017 15:13

(foto: Agência Lusa/EPA/Khaled Elfiqi)
(foto: Agência Lusa/EPA/Khaled Elfiqi)

Dois atentados com bomba reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) deixaram ao menos 43 mortos e dezenas de feridos em duas igrejas coptas no Egito, nos ataques mais sangrentos dos últimos anos contra a minoria cristã deste país.


Um terrorista suicida lançou um ataque contra uma igreja da Alexandria (norte) no qual 16 pessoas morreram e 41 ficaram feridas, segundo um último balanço atualizado do ministério da Saúde.


O indivíduo, que transportava um cinturão de explosivos, detonou sua carga depois que a polícia o impediu de entrar na igreja de São Marcos, indicou o ministério do Interior.


O papa copta Teodoro II, que havia acompanhado as celebrações de Domingo de Ramos na manhã deste domingo naquele local, abandonou o templo antes da explosão, informou seu secretário pessoal.


Horas antes, um primeiro atentado deixou 27 mortos e 78 feridos na igreja Mar Girgis de Tanta, 120 km ao norte do Cairo, no delta do Nilo.


Segundo o general Ahmad Deif, governador de Gharbia - cuja capital é Tanta - ainda não se sabe a natureza do atentado. "Ou foi uma bomba situada no interior da igreja, ou alguém detonou seus explosivos", indicou.


Imagens divulgadas pela rede de televisão privada Extra News mostravam o chão e as paredes brancas da igreja cobertos de sangue, assim como bancos de madeira destruídos.


O EI reivindicou os dois atentados no início da tarde, meses depois de seu braço sírio convocar a atacar "os infiéis ou apóstatas no Egito e em toda parte", uma forma de se referir à comunidade copta.


"Profundo pesar" do Papa


As explosões deste domingo ocorreram alguns dias antes de uma visita do papa ao Egito, nos dias 28 e 29 de abril. "Ao meu querido irmão, sua santidade o papa Teodoro II, à igreja copta e a toda a querida nação egípcia expresso meu profundo pesar", declarou o papa Francisco durante a oração do Ângelus após saber do ocorrido.


Poucas horas depois dos atentados, o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, pediu neste domingo que o exército mobilize suas forças para proteger as "infraestruturas vitais" do país.


Seu primeiro-ministro, Sherif Islamil, insistiu, por sua vez, na "determinação do Estado para erradicar semelhantes atos terroristas e eliminar pela raiz o terrorismo".


Al Azhar, a prestigiada instituição do Islã sunita com sede no Cairo, também condenou este ataque. "O objetivo deste covarde ataque terrorista é atentar contra a segurança e a estabilidade do nosso Egito, e a unidade do povo egípcio, o que exige que todos os integrantes da sociedade permaneçam unidos", afirmou.


No dia 11 de dezembro, um suicida do EI matou 29 pessoas na igreja copta de São Pedro e São Paulo no Cairo.


Com o atentado do Cairo, se multiplicaram os apelos a endurecer a luta contra o movimento extremista no Egito, sobretudo no Sinai, onde realizou uma série de ataques sangrentos contra as forças de segurança.


O exército egípcio anunciou no dia 2 de abril que havia matado em um bombardeio Abu Anas al Ansari, um dos membros fundadores do braço local do EI, Ansar Beit al Maqdes.


Este grupo havia reivindicado um atentado com bomba contra um avião russo que caiu no dia 31 de outubro de 2015 com 224 pessoas a bordo, depois de decolar do balneário egípcio de Shark el Sheikh.


Os coptas ortodoxos do Egito representam a comunidade cristã mais numerosa do Oriente Médio e uma das mais antigas. Seus membros dizem ser vítimas de discriminações em todo o país por parte das autoridades e da maioria muçulmana.


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