O exército norte-coreano prometeu uma "resposta sem piedade" a qualquer provocação americana, em meio a tensões crescentes com os Estados Unidos.
Um comunicado da agência estatal KCNA, citando o recente ataque aéreo americano contra a Síria, afirma que o governo do presidente Donald Trump "entrou em um caminho de ameaças e chantagens abertas" em relação à Coreia do Norte.
Na quinta-feira, Donald Trump prometeu que o "problema norte-coreano seria tratado".
Em seu comunicado publicado pela KCNA, o exército norte-coreano assegura que as bases americanas na Coreia do Sul, "bem como todos os quartéis do Mal, incluindo (o palácio presidencial sul-coreano) a Casa Azul, serão pulverizados em alguns minutos".
"Quanto mais grandes alvos como porta-aviões à propulsão nuclear se aproximam (da península coreana), maiores serão os efeitos dos ataques sem piedade", acrescentou.
Nesta mesma sexta-feira, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, advertiu que um conflito pode eclodir "a qualquer momento" na Coreia do Norte depois das novas ameaças dos Estados Unidos contra o regime de Pyongyang.
"O diálogo é o único caminho", insistiu o ministro durante uma coletiva de imprensa em Pequim com o seu colega francês Jean-Marc Ayrault.
Por sua vez, a Rússia, "muito preocupada", exortou todas as partes a manter a calma e advertiu contra "qualquer ação que possa ser interpretada como uma provocação".
O porta-aviões enviado pelos Estados Unidos pode transportar entre 70 e 80 aviões ou helicópteros, incluindo cerca de 50 caças.
A Coreia do Norte prometeu responder ao envio "insensato" deste grupo aeronaval, dizendo estar pronta para a "guerra".
Segundo muitos observadores, a Coreia do Norte poderia, por ocasião do 105º aniversário do nascimento de Kim Il-Sung, primeiro líder do país, realizar no sábado um novo disparo de míssil balístico ou mesmo um sexto teste nuclear, ambos proibidos pela comunidade internacional.
- Sem vencedor -
"Temos a sensação de que um conflito pode eclodir a qualquer momento. Acredito que todas as partes envolvidas devem ficar vigilantes ante essa situação", alertou o chanceler chinês. Qualquer um que possa causar um conflito na península coreana "assumirá uma responsabilidade histórica e pagará o preço", alertou.
Uma semana após bombardear uma base aérea do regime sírio no centro da Síria, os Estados Unidos de Donald Trump lançaram na quinta-feira a sua bomba não-nuclear mais poderosa no Afeganistão. De potência comparável a 11 toneladas de TNT, a bomba matou pelo menos 36 membros do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), de acordo com o governo afegão.
O lançamento da bomba tem sido amplamente interpretado como um sinal enviado à Coreia do Norte.
Apesar das ameaças, o regime estalinista permanece determinado a não desistir de seu programa nuclear.
"Uma guerra termonuclear pode eclodir a qualquer momento e ameaçar a paz e a segurança mundial", advertiu na quinta-feira um porta-voz do ministério das Relações Exteriores norte-coreano, citado pela agência de notícias oficial KCNA.
"O vencedor não será aquele com as palavras mais duras ou que exibe mais músculos", reagiu Wang Yi, sem citar explicitamente as iniciativas americanas. "Se uma guerra acontecer, o resultado será uma situação em que não haverá vencedor", alertou.
A China é considera a mais próxima aliada da Coreia do Norte, mas se opõe firmemente ao programa nuclear do regime de Kim Jong-Un.
- Qual a solução? -
"As opções militares já estão sendo estudadas" sobre a Coreia do Norte, declarou, no entanto, nesta sexta-feira um assessor de política externa da Casa Branca, sob condição de anonimato, acrescentando que espera que Pyongyang realize um novo teste de mísseis balísticos ou nuclear.
"Com este regime, a questão não é saber se (isso vai acontecer), mas apenas quando", acrescentou.
Em caso de teste ou disparo, "Pequim vai responder firmemente", advertiu esta semana o jornal chinês Global Times, considerado próximo do governo. O jornal acredita que a China poderá apoiar novas sanções da ONU, incluindo restrições às importações de petróleo de Pyongyang.
Pequim defende há semanas um solução chamada de "suspensão contra a suspensão": Pyongyang deve parar suas atividades nucleares e de mísseis, e Washington seus exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, vistas pelo Norte como uma provocação.
Os Estados Unidos rejeitam o plano chinês.
Um editorial do Global Times deu a entender na quinta-feira uma nova solução, pedindo que Pyongyang "abandone seu programa nuclear" em troca da proteção de Pequim.
Neste contexto, a companhia aérea estatal chinesa Air China anunciou que suspenderá seus voos entre Pequim e Pyongyang a partir de segunda-feira.
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