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Estado de Minas

Nigéria se mobiliza três anos após sequestro das alunas de Chibok


postado em 14/04/2017 16:31

Várias mobilizações aconteceram nesta sexta-feira na Nigéria para não esquecer as aproximadamente 200 adolescentes de Chibok que foram sequestradas há três anos pelo grupo islamita Boko Haram.

Em Abuja, capital federal, as mães das jovens começaram o dia pedindo às autoridades que atuem para libertar as 195 estudantes que continuam nas mãos do grupo extremista.

Transmitido ao vivo pela rede de televisão nacional, o protesto reuniu cerca de mil pessoas, incluindo diplomatas.

Esther Yakubu, mãe de Dorcas, sequestrada em 14 de abril de 2014, acredita no futuro com sua filha, três anos depois do crime.

"No ano passado, nenhuma havia sido encontrada. Mas hoje 24 voltaram para nós. É um progresso e, se Deus quiser, as outras as seguirão", declarou à AFP.

Em 14 de abril de 2014, enquanto as meninas faziam as provas, 276 alunas de entre 12 e 17 anos foram sequestradas. Cinquenta e sete delas conseguiram escapar logo após o rapto.

Divulgado pela mídia do mundo todo, esse sequestro em massa gerou uma onda de indignação nas quais participaram muitas celebridades mundiais através das redes sociais com a etiqueta #bringbackourgirls (Devolvam nossas meninas).

Em outubro de 2016, 21 jovens foram liberadas, alguns das quais haviam dado à luz no cativeiro, após negociações entre o Boko Haram e o governo, com a ajuda do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e da Suíça.

Outras três foram encontradas nos arredores do bosque de Sambisa, de aproximadamente 1.300 km2, onde se entrincheirou a facção do grupo dirigido por Abubakar Shekau.

Para Rebecca Samuel, mãe de Sarah, esses três anos foram um "pesadelo": "Está tão presente em meu espírito que tenho a impressão de que aconteceu ontem", disse.

"Choro todo dia. Mas tenho a esperança de que minha filha volte um dia. Sei que o governo tenta trazê-las, mas acho que poderia fazer mais", lamenta.

Diante das acusações de inação, o presidente Muhammadu Buhari -que ressaltou a luta contra o Boko Haram e encontrar as meninas de Chibok em suas promessas eleitorais- assegurou que o governo estava "decidido a assegurar a liberação das adolescentes de Chibok".

- Estagnação -

"Bring Back Our Girls", um slogan entoado há três anos, parece estagnar-se assim como o conflito contra o Boko Haram.

O grupo, movimento extremista muito violento com os civis, utiliza os sequestros em massa como forma de recrutamento.

Na véspera de Natal, o presidente nigeriano anunciou triunfalmente "a destruição final dos terroristas de Boko Haram em sua último enclave" de Sambisa.

O acesso ao nordeste do país, imenso território nas fronteiras de Chade, Camarões e Niger, continua sendo extremamente difícil, e embora o Boko Haram já não controla grandes territórios, os ataques e os sequestros são diários.

"O Boko Haram continua sequestrando mulheres, meninas e também rapazes e criança, fazendo-os passar pelos piores suplícios: são estuprados, espancados e forçados a cometer atentados suicidas", denuncia Makmid Kamara, representante da Anistia Internacional para a Nigéria.

Além disso, a Unicef denunciou nesta semana a detenção de centenas de crianças pelo Exército, que os interroga sobre o Boko Haram e sua suposta afiliação ao grupo radical.


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