O papa Francisco implorou pela paz no Oriente Médio e na Síria, onde "reinam o horror e a morte", em sua tradicional bênção "Urbi et Orbi" do Domingo de Páscoa.
Ante milhares de fiéis congregados na praça de São Pedro do Vaticano, o Papa rogou a Deus que "conceda a paz a todo o Oriente Médio" e ajude "a quem trabalha ativamente para levar alívio e consolo à população civil da Síria, vítima de uma guerra que não cessar de semear horror e morte".
Francisco denunciou "o vil ataque" ocorrido no sábado na periferia de Aleppo contra civis que fugiam e que até o momento deixou mais de cem mortos.
O pontífice também pediu a Deus que conceda "aos representantes das Nações o valor de evitar que se propaguem os conflito e acabar com o tráfico de armas".
Nesta tradicional bênção à cidade e ao mundo após a missa pascal, o Papa argentina não esqueceu de seu próprio continente.
Pediu a Deus para que "sustente os esforços de quem, especialmente na América Latina, se compromete a favor do bem comum das sociedades, tantas vezes marcadas por tensões políticas e sociais, e que, em alguns casos, é sufocado pela violência".
"Que se construam pontes de diálogo, perseverando na luta contra a praga da corrupção e na busca de soluções pacíficas válidas ante as controvérsias, para o progresso e a consolidação das instituições democráticas, no pleno respeito do estado de direito", afirmou.
O Papa também teve palavras para os deslocados pelos conflitos, recordando que Cristo "se faz companheiro de caminho de quem se vê obrigado a deixar a própria terra por causa de conflitos armados, dos ataques terroristas, das carestias, dos regimes opressivos".
E mencionou, por último, o conflito ucraniano, na esperança de que Deus ajude um país afligido "por um sangrento conflito, para que volte a encontrar a concórdia e acompanhe as iniciativas promovidas para aliviar os dramas de quem sofre as consequências".
A missa do Domingo da Ressurreição é a mais importante das celebrações pascais.
- Segurança -
Antes da bênção, o Papa celebrou a tradicional missa de Páscoa, assistida por milhares de pessoas, em meio a um imponente dispositivo de segurança.
As celebrações de Páscoa, que começaram na Quinta-feira Santa com uma missa e a tradicional lavagem dos pés por parte do Papa, são alvo de fortes medidas de segurança depois dos atentados de domingo passado contra igrejas coptas no Egito.
Todo o bairro em torno da Basílica de São Pedro foi isolado neste domingo e vários acessos realizarm um controle de bolsas dos peregrinos.
O acesso à praça propriamente só era possível passando por um portal detector de metais como o dos aeroportos. As autoridades instalaram cerca de 30 portais em torno da imponente colunata de Bernini, que rodeia a praça.
Centenas de policiais e membros das forças de segurança vigiavam as imediações da esplanada, como já haviam feito na véspera, na Vigília Pacal e na Via Crúcis de Sexta-feira Santa perto do Coliseu.
Na Vigília Pascal, Francisco referiu-se novamente "aos rostros de quem experimenta o desprezo porque é imigrante, órfão de pátria, de casa e de família".
Na sexta, depois da Via Crúcis, classificou de "vergonha o sangue inocente que cotidianamente é derramado por mulheres, criancas, migrantes e pessoas perseguidas por sua cor de pele, sua etnia, sua posição social ou sua fé".
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