A Justiça do Equador determinou neste sábado (22) prisão preventiva de 90 dias para o ex-ministro da Energia Alecksey Mosquera, no âmbito de uma investigação sobre subornos de US$ 33,5 milhões pagos pela empreiteira brasileira Odebrecht a funcionários do governo do Equador.
Identificado pela Procuradoria como Alexei M., entre 2007 e 2009, Mosquera foi ministro de Energia no governo do presidente socialista Rafael Correa, que termina sua gestão em 24 de maio próximo, após dez anos no poder. O também detido Marcelo E. cumprirá prisão domiciliar por ter 70 anos de idade.
"A juíza dispôs prisão preventiva para Alexei M. e prisão domiciliar para Marcelo E.", indicou o procurador-geral Galo Chiriboga no Twitter, depois da audiência de apresentação de acusações em um tribunal em Quito.
No "caso Odebrecht", a instrução judicial levará 90 dias e, nesse período, ambos terão suas contas bancárias bloqueadas.
O jornal estatal "El Telégrafo" informou que Mosquera e Marcelo E. foram acusados de lavagem de dinheiro e que os dois teriam sido capturados na sexta-feira.
Ainda segundo "El Telégrafo", o procurador Wilson Toainga apresentou provas de depósitos bancários de US$ 924 mil para Mosquera, e US$ 80 mil para Marcelo.
Esses valores "lhes teriam sido dados pela Odebrecht para o contrato de construção da hidrelétrica Toachi Pilatón", firmado em 2007. Depois disso, o Estado equatoriano rompeu o acordo e indenizou a empreiteira.
Os dois são os primeiros detidos no Equador como parte do inquérito para tentar esclarecer o escândalo de corrupção da Odebrecht no país.
A Procuradoria abriu essa investigação após a revelação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em dezembro passado, de que a Odebrecht pagou, entre 2007 e 2016, um total de US$ 33,5 milhões a funcionários equatorianos.
A Justiça equatoriana já bloqueou pagamentos de US$ 40 milhões à Odebrecht para garantir uma indenização ao Estado, ao mesmo tempo em que proibiu temporariamente que as instituições estatais assinem contratos com a empresa brasileira.
O Brasil entregará ao Equador dados sobre os supostos subornos a partir de junho, após o fim do prazo do sigilo judicial com a Odebrecht, de acordo com anúncio do procurador-geral feito no mês passado.