Em 50 anos, mobilidade social cai fortemente nos EUA, indica estudo

AFP

Em uma amostra do esvaziamento do "sonho americano", apenas metade das crianças nascidas em 1984 nos Estados Unidos conseguiram ter uma renda melhor do que a dos seus pais, contra 92% dos nascidos em 1940, apontou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.

A responsabilidade deste fenômeno recai em uma pior distribuição dos frutos do crescimento econômico, indicou o estudo, publicado na revista Science.

"A perspectiva de que os filhos ganhem mais do que seus pais diminuiu no último meio século", acrescentou o texto, chefiado por Raj Chetty, da Universidade de Stanford.

As famílias de classe média foram as mais afetadas.

Por haver poucos dados que vinculem diretamente as rendas de pais e filhos, os pesquisadores combinaram estatísticas do censo de população com registros de impostos, ajustados pela inflação e outras variáveis.

A queda mais aguda da renda dos filhos em relação a dos pais foi na área industrial do Meio Oeste, em estados como Indiana e Illinois, e a menor diferença foi em Massachusetts, Nova York e Montana.

"Na nossa opinião, um crescimento econômico mais forte é necessário mas não suficiente para restaurar essa mobilidade de renda", afirmaram os autores da pesquisa.

"A pesquisa sugere que, para aumentar a mobilidade, as autoridades deveriam se concentrar em aumentar a renda da classe média e dos setores menos favorecidos", consideraram.

O estudo recomenda facilitar o acesso à educação, fundamentalmente nas universidades públicas, aumentar o salário mínimo e as ajudas para que famílias pobres com crianças se mudem para bairros com melhores escolas, entre outras políticas públicas.

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