A Coreia do Norte realizou um teste fracassado de míssil balístico neste sábado (horário local), no momento em que Washington acentua sua pressão para enfrentar a "ameaça nuclear" norte-coreana.
De acordo com a agência de notícias Yonhap, citando um comunicado do Exército sul-coreano, "a Coreia do Norte disparou um míssil não identificado de um sítio próximo a Buckchang, em Pyeongannam-do, na manhã deste sábado".
"A avaliação é que o tiro fracassou", acrescentou a agência.
Segundo um comunicado do ministério da Defesa, o míssil alcançou 71 km.
Um oficial dos Estados Unidos confirmou o disparo de um míssil norte-coreano não identificado, de uma base em terra.
"Foi um míssil de tipo desconhecido e que não implica em ameaça", declarou o oficial, acrescentando que o projétil explodiu logo após o lançamento.
"O Comando do Pacífico dos Estados Unidos detectou o que avaliamos que foi o lançamento de um míssil norte-coreano, às 10H33 (hora do Havaí). O lançamento do míssil balístico aconteceu perto do campo de aviação de Pukchang", disse um porta-voz do Comando do Pacífico do Exército dos Estados Unidos (Pacom), comandante Dave Benham, em uma declaração.
"O míssil não saiu do território da Coreia do Norte", acrescentou.
O porta-voz indicou que o Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano (Norad) determinou que o míssil não representava uma ameaça para a América do Norte.
O presidente americano, Donald Trump, qualificou no Twitter de "falta de respeito aos desejos da China e de seu altamente respeitado presidente o lançamento, sem sucesso, de um míssil hoje".
O Japão apresentou um "sério protesto" diante do teste, disse à imprensa Yoshihide Suga, porta-voz do governo japonês, após reunião do Conselho de Segurança Nacional.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, propôs uma campanha de pressão sem precedentes para forçar a Coreia do Norte a deter seu programa nuclear e balístico.
"Não agir agora diante do problema de segurança mais imediato do mundo pode ter consequências catastróficas", disse o chefe da diplomacia americana, durante uma reunião ministerial dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU.
"A ameaça de um ataque nuclear contra Seul e Tóquio é real e, provavelmente, é uma questão de tempo até que a Coreia do Norte desenvolva a capacidade para atacar o território americano", declarou o secretário de Estado.
Tillerson destacou no Conselho que "não há razão" para pensar que Pyongyang mudará seu rumo diante das atuais sanções multilaterais: "Chegou o momento de todos exercerem pressão sobre a Coreia do Norte para que abandone este perigoso caminho".
"Exorto este Conselho a agir antes que a Coreia do Norte o faça", disse Tillerson, para quem "todas as opções devem permanecer sobre a mesa".
Tillerson reiterou seu pedido a Pequim para que exerça "sua influência econômica" para obrigar Pyongyang a parar seus programas armamentistas.
"Devemos fazer a nossa parte, mas a China representa 90% do intercâmbio comercial norte-coreano".
Já o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, defendeu na ONU o diálogo com a Coreia do Norte como "a única opção correta" para tentar resolver a crise com Pyongyang.
o chanceler chinês advertiu contra ações militares em resposta à ameaça norte-coreana. "O uso da força não resolve as diferenças e só levará a maiores desastre", apontou.
No mesmo sentido, o vice-chanceler russo, Gennady Gatilov, advertiu que "a retórica juntamente com um show imprudente de força levam a uma situação em que o mundo se pergunta se haverá ou não uma guerra".
"Uma medida mal interpretada pode levar a consequências das mais assustadoras e lamentáveis", alertou o ministro russo.