O presidente americano, Donald Trump, reiterou neste domingo o desejo de neutralizar a ameaça nuclear representada pela Coreia do Norte, enquanto qualificou o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, de um "jovem astuto".
"Temos uma situação que não podemos deixar que se prolongue", disse Trump em entrevista à emissora CBS realizada na noite de sábado, depois de participar de um comício na Pensilvânia pelos 100 dias na Casa Branca.
O presidente reiterou a determinação de apoiar a influência chinesa na Coreia do Norte.
Segundo Trump, o presidente da China, Xi Jinping, "está trabalhando para tentar resolver este problema enorme, que também é da China."
Se a Coreia do Norte realizar um novo teste nuclear, "não vou ficar feliz", acrescentou. "E também posso dizer que não acredito que o presidente da China, que é um homem muito respeitável, irá ficar contente".
Questionado sobre se "não estar feliz" poderia significar uma "ação militar", Trump disse: "não direi nada, veremos".
O presidente assinalou que a energia utilizada para resolver o problema da Coreia do Norte é em detrimento do desacordo comercial que se comprometeu a resolver com a China.
- Milhões de mortos -
"Francamente, penso que a Coreia do Norte pode ser mais importante do que o comércio. O comércio é muito importante, mas comparado com uma guerra total com possíveis milhões de mortos, eu diria que o comércio fica atrás", assegurou Trump.
Durante a entrevista, o presidente também fez declarações quase de admiração ao líder norte-coreano.
Estas afirmações chegam em meio às crescentes tensões com a Coreia do Norte por seus programas de mísseis e nuclear, e enquanto Washington tenta fazer com que a China ajude a conter Kim.
Trump disse que "não tem ideia" se Kim está são ou não, mas assinalou que o dirigente norte-coreano enfrentou formidáveis desafios ao assumir o poder aos 27 anos, depois que seu pai morreu em 2011.
"Obviamente se relaciona com pessoas muito rígidas, em particular com generais e outros. E tão jovem foi capaz de assumir o poder", disse Trump na entrevista.
"Muita gente, tenho certeza, tentou tirá-lo do poder, seu tio ou alguém mais. E ele foi capaz de se manter".
"Assim, obviamente ele é bastante astuto", disse Trump.
"Mas temos uma situação que simplesmente não podemos deixar - não podemos deixar que continue o que tem acontecido por um longo período de tempo", acrescentou o presidente americano.
A Coreia do Norte realizou no sábado outro teste de míssil, ação que tem despertado o temor dos Estados Unidos de que o regime de Kim Jong-Un possa desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar o território americano com uma ogiva nuclear.
A Coreia do Sul declarou que o último teste falhou. Trump se negou a comentar se os Estados Unidos têm algo a ver com o teste que não deu certo.
"Isto é um jogo de xadrez.
Horas antes do teste da Coreia do Norte, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, alertou sobre as "consequências catastróficas" no caso de a comunidade internacional não agir mais energicamente para sancionar Pyongyang.
Os Estados Unidos mobilizaram um grupo de ataque naval liderado pelo porta-aviões USS Carl Vinson, que no sábado começou, junto com a Marinha sul-coreana, a realizar treinamentos.
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