Jardim funerário de 4.000 anos é descoberto perto da cidade egípcia de Luxor

AFP

Os vestígios de um "jardim funerário" de mais de 4.000 anos de antiguidade foram encontrados na superfície de um túmulo da época faraônica perto de Luxor, no sul do Egito, anunciou nesta quarta-feira o Ministério de Antiguidades.

Os arqueólogos conheciam a existência destes pequenos jardins, situados na entrada de hipogeus faraônicos, por sua representação em esculturas e pinturas murais nos túmulos.

No entanto, é a primeira vez que um jardim desse tipo foi descoberto na antiga cidade de Tebas, hoje chamada Luxor, indicou o ministério em um comunicado.

"Provavelmente o jardim devia ter um significado simbólico e desempenhava um papel importante nos rituais funerários", indicou José Galán, chefe da missão arqueológica espanhola que fez a descoberta no setor de Draa Abul Naga, perto de Luxor, afirma o comunicado.

Os restos do pequeno jardim funerário, de três por dois metros, divididos em pequenos quadrados, foram exumados na superfície de um túmulo e datam do Médio Império (2030-1640 a.C)

Os arqueólogos encontraram "as raízes e o tronco de uma pequena árvore de cerca de 4.000 anos, de uma altura de 30 centímetros", disse o comunicado.

Também descobriram "uma tigela que continha tâmaras e outras frutas" secas, "que serviram provavelmente como oferenda", segundo o texto.

O jardim continha "certamente diversas variedades de plantas e flores", indicou Mahmud Afifi, que dirige o departamento de egiptologia do ministério, citado no comunicado.

"Trata-se de um jardim único em sua espécie, nunca antes tinha sido feita uma descoberta similar na antiga cidade de Tebas", acrescentou Afifi. "Os arqueólogos conheciam estes jardins funerários graças unicamente às esculturas e pinturas murais".

Na entrada do túmulo, os arqueólogos também encontraram, em um pequeno nicho que fazia as vezes de capela, três estelas funerárias decoradas com cenas faraônicas. Uma delas conserva as cores ainda muito vivas - ocre, vermelho, amarelo, azul e preto, segundo as fotografias do ministério. Estes vestígios datam das 13º dinastia, detalhou o comunicado.

Em meados de abril, o ministério anunciou a descoberta, também em Draa Abul Naga, de três múmias, sarcófagos de madeira com cores vivas e cerca de mil pequenas figuras funerárias no túmulo de um magistrado da 18º dinastia (1550-1295 a.C)

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