O Parlamento grego adotou novas medidas de austeridade nesta quinta-feira à noite (18), atendendo às exigências da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que deve permitir a liberação de mais uma parcela de empréstimos internacionais ao país.
Atenas também espera um alívio de sua dívida.
Os principais artigos da lei prevendo novos cortes nas aposentadorias e altas de impostos foram aprovados por uma frágil maioria da coalizão governista, ou seja, 153 deputados da esquerda Syriza, de Alexis Tsipras, e do pequeno partido Anel. Outros 128 deputados votaram contra, segundo um vice-presidente do Parlamento.
Uma ampla maioria de todos os partidos - da direita da Nova Democracia aos comunistas de KKE - votou a favor de dois artigos dessa lei que preveem uma supressão das vantagens fiscais dos deputados e a redução do imposto sobre o valor agregado para os equipamentos agrícolas, de 24% para 13%.
Os 17 deputados do partido neonazista Amanhecer Dourado não participaram do debate parlamentar. Eles foram excluídos, em virtude de uma decisão parlamentar, depois de que um de seus deputados intimidou um parlamentar da direita na sala da Assembleia na terça-feira.
Horas antes da aprovação da lei, enquanto Tsipras pedia aos deputados que votassem a favor desse novo pacote de medidas, houve uma série de incidentes na frente do Parlamento.
Durante uma manifestação convocada pelos sindicatos, um grupo de jovens lançou coquetéis Molotov contra as forças de choque, em frente ao Parlamento, em Atenas, como mostraram imagens divulgadas pela emissora Skai. A Polícia respondeu com gás lacrimogêneo.
Os incidentes explodiram por volta das 20h locais (14h, horário de Brasília), na Praça Syntagma, no centro da capital grega.
Segundo a Polícia, mais de dez mil pessoas foram às ruas nesta quinta à noite para protestar contra o projeto de lei.