O poeta e ensaísta polonês Adam Zagajewski venceu nesta quinta-feira o prêmio espanhol Princesa das Astúrias de Literatura por ser autor de uma das "experiências poéticas mais emocionantes da Europa herdeira de Rilke, Milosz e Antonio Machado".
Um dos mais populares poetas poloneses contemporâneos, Zagajewski, de 71 anos, produziu uma obra que "confirma o sentido ético da literatura e faz com que a tradição ocidental se sinta una e diversa", indicou o júri em sua decisão.
Comprometido politicamente, no fim da década de 1960 foi membro proeminente do movimento literário chamado Nova Onda, sob o regime comunista, que chegou a colocá-lo em uma lista negra.
Autor de poemas como "Komunikat", "List. Oda do wielosci" e "Plótno", viveu exilado na Alemanha, na França e nos Estados Unidos antes de voltar em 2002 à Cracóvia, onde mora atualmente e de onde coedita a revista literária Zeszyty literackie.
Candidato ao Prêmio Nobel há uma década, Zagajewski foi escolhido pelo júri entre 38 candidatos procedentes de 23 países.
No ano passado, o Princesa das Astúrias de Literatura foi concedido ao americano Richard Ford.
Este é o quinto prêmio dos oito que a cada ano, desde 1981, a fundação dá e que são considerados o Nobel do mundo ibero-americano.
Junto com 50.000 euros e uma escultura criada por Joan Miró, os prêmios são dados às pessoas ou às instituições relevantes em âmbitos que vão da pesquisa científica aos esportes, passando pela literatura e pela concórdia.
Os prêmios serão entregues em outubro em uma cerimônia em Oviedo, sede da Fundação Princesa das Astúrias, que leva em seu nome do título da herdeira ao trono, a princesa Leonor.