O 52º Salão Aeronáutico de Le Bourget, perto de Paris, abre na segunda-feira suas portas baixo fortes medidas de segurança, em um contexto de desaceleração dos pedidos e de transformação digital das ferramentas de produção.
O maior salão aeronáutico do mundo, que será inaugurado pelo novo presidente francês, Emmanuel Macron, espera receber 350.000 visitantes de 19 ao 25 de junho, entre eles 150.000 profissionais, e 2.370 expositores.
Após os dias voltados a profissionais de segunda a quinta-feira, o público poderá desde sexta-feira admirar as demonstrações aéreas e os aviões estacionados no "static" -em terra-, como as novidades deste ano, o A321neo e o A350-1000 de Airbus, o Boeing 787-10 "Dreamliner" e o 737 Max 9, assim como o Antonov 132D.
No aspecto militar, a estrela será a estreia na França do F-35A, avião de combate de última geração da US Air Force, desenvolvido pela Lockheed Martin, que realizará demonstrações em voo.
Por sua vez, os russos e os chineses se lançam no mercado de médio alcance com o MC-21 e o Comac C919, mas provavelmente será preciso esperar o próximo Salão para ver essas novas aeronaves, cujo desenvolvimento é muito recente.
No que se refere aos pedidos de aviões, esta edição não terá o mesmo sucesso das anteriores.
"As companhias aéreas devem frear os pedidos, recuperar o estímulo e começar a absorver os aviões já pedidos", explicou o diretor comercial da Airbus, que logo deixará o cargo.
- Prioridade para as entregas -
Há dois anos, o Salão internacional de Aeronáutica e do Espaço (SIAE) -que se celebra alternativamente com o salão de Farnborough na Grã Bretanha- registrou um montante de aproximadamente 130 bilhões de dólares em pedidos, principalmente das grandes fabricantes Airbus e Boeing.
"O transporte de passageiros registra um crescimento da ordem de 5,5% por ano em nível mundial, o que é enorme", destaca Stephane Albernhe, especialista em aeronáutica do escritório Archery Consulting.
"Os pedidos estão a um nível historicamente alto", acrescentou. A fabricante europeia tinha no final de abril pedidos de 6.715 aviões, enquanto que sua rival Boeing somava 5.704 encomendas.
Neste contexto, a prioridade é agora a entrega de aviões. E a tendência de longo prazo continua sendo favorável, apesar da estagnação dos pedidos observado há pouco mais de 12 meses.
A Airbus, que publicou recentemente suas previsões de mercado para os próximos 20 anos, prevê que a frota de aviões em todo o mundo se duplicará em 2036.
A gigante europeia, cujas projeções coincidem com as de sua concorrente Boeing, considera que terá que produzir 35.000 novas aeronaves até 2036, por um valor de 5,3 milhões de dólares.
Para satisfazer esta demanda, vários grupos, especialmente fornecedores de material e de motores, aceleram o desenvolvimento de tecnologias digitais em suas fábricas para melhorar sua produtividade.
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