Um grupo de 600 soldados da República do Congo estacionados na República Centro-Africana como capacetes azuis da ONU voltará para seu país, em função de acusações de abuso sexual - anunciou a ONU nesta quarta-feira (21).
O governo do presidente Denis Sassou Nguesso "decidiu retirar" suas tropas envolvidas nessa missão de paz, a Minusca, depois que o comandante se queixou de má conduta, acrescentou o comunicado das Nações Unidas.
"Ao avaliar a retirada do pessoal militar do Congo, descobriu-se que a natureza e a extensão das acusações de abuso e exploração sexual, em sua totalidade, apontam para problemas sistêmicos no comando e no controle", completa a nota.
"Esses problemas se agravam, além disso, por detalhes relativos à preparação, disciplina em geral, manutenção do equipamento manejado pelo contingente e capacidade logística dessas tropas", diz a ONU.
Em um memorando que vazou para a imprensa, o tenente-coronel senegalês Balla Keita informou à ONU que, apenas este ano, enviou seis cartas ao comandante desse batalhão sobre suspeitas de casos de abuso sexual, tráfico de combustível e indisciplina.
Estacionados em Berberati, terceira maior cidade do país, esses boinas azuis são a única contribuição de Brazzaville para as forças de paz da ONU.
Apesar da saída desses soldados, um pequeno efetivo policial do Congo permanecerá na missão na República Centro-Africana.
No ano passado, 120 soldados do mesmo contingente foram expulsos, após serem acusados de abuso sexual de sete vítimas - seis delas, menores.
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