Quase 50.000 belgas, alemães e holandeses exigiram neste domingo o fechamento imediato de dois reatores nucleares na Bélgica formando uma corrente humana transfronteiriça de 90 quilômetros, segundo os organizadores do protesto.
As autoridades não divulgaram nenhuma estimativa do número de participantes no protesto, que unirá a central nuclear de Tihange, leste da Bélgica, à cidade alemã de Aachen, passando por Liege (Bélgica) e Maastricht, na Holanda.
Os países vizinhos da Bélgica - Holanda, Luxemburgo e Alemanha, que decidiu renunciar progressivamente à energia nuclear - expressaram inquietação com o estado e a idade das centrais de Tihange e Doel (norte da Bélgica).
Os organizadores do protesto exigem o "fechamento imediato dos reatores nucleares esgotados de Tihange 2 e Doel 3", reabertos no fim de 2015, depois de mais de dois anos fechados pela descoberta de milhares de fissuras em seus depósitos.
As autoridades aprovaram a reabertura depois de uma série de testes e após consultas com especialistas internacionais.
Os manifestantes também estão preocupados com a prorrogação por 10 anos da vida útil de alguns reatores, decidida pelo governo do primeiro-ministro liberal Charles Michel.
"Os sete reatores belgas têm mais de 30 anos, inclusive 40 três deles, quando após 25 anos de funcionamento os 20 centímetros de aço das paredes do depósito do reator sofrem o impacto de anos de pressão térmica e de bombardeio nuclear (nêutrons)", afirmam os organizadores do protesto.
A agência de controle nuclear belga (AFCN) afirma que Doel 3 e Tihange 2 cumprem com "as mais elevadas exigências de segurança" e que não há motivo para fechar as centrais.
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