A União Europeia impôs nesta sexta-feira novas sanções contra a Rússia, visando principalmente o vice-ministro de Energia e três empresas, em razão do desvio para a Crimeia de quatro turbinas a gás vendidas pela alemã Siemens.
Três pessoas, incluindo o vice-ministro Andreï Tcherezov e o diretor da companhia russa que adquiriu as turbinas, foram incluídos na lista negra da UE.
As sanções incluem uma proibição de viajar pelos países do bloco e o congelamento dos bens em seu território, segundo indicou o Conselho da UE em um comunicado.
O terceiro indivíduo é o chefe do serviço do ministério russo de Energia.
As pessoas e empresas em questão contribuíram "para estabelecer uma fonte de fornecimento em eletricidade independente para Crimeia e Sebastopol com o objetivo de apoiar sua separação da Ucrânia, e compromete a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia", considerou a UE em sua decisão.
"Vemos este passo, tomado pela iniciativa de Berlim, como hostil e infundado", reagiu o ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado.
"A responsabilidade desta decisão, incluídas possíveis perdas econômicas para a Siemens e para as empresas alemãs ou europeias que trabalham na Rússia, é inteiramente da UE e do governo alemão", advertiu.
A União Europeia se nega a reconhecer "a anexação" russa de Crimeia, após uma operação relâmpago em março de 2014 ratificada em seguida por um referendo. Moscou argumenta que este plebiscito torna legal o retorno da península ucraniana à Rússia.
A UE decretou uma série de sanções e proibiu as empresas europeias comercializar ou investir na Crimeia.
O grupo industrial russo Interautomatika, no qual a Siemens tem ações minoritárias que anunciou querer ceder há duas semanas, está entre as empresas sancionadas.
"Esta sociedade especializada nos sistemas de comando e comunicação para centrais elétricas assinou contratos para projetos relacionados com a construção de centrais elétricas e a instalação de turbinas de gás" na Crimeia, informou a UE no texto.
As outras duas empresas afetadas pelas sanções são a que assinou o contrato de compra com a Siemens das quatro turbinas e a empresa conjunta à qual foram transferidas para ser levadas para a Crimeia.
A Siemens iniciou procedimentos legais na Rússia contra a empresa à qual entregou as turbinas e seus responsáveis.
As turbinas em questão, entregues para o projeto Taman, no sul da Rússia, foram desviadas para a península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
O projeto Taman envolve a construção de uma usina térmica de energia na península de Taman, na região de Krasnodar, na Rússia. Fica na direção de Kerch, na Crimeia, a qual Moscou quer que reduza sua dependência energética da Ucrânia.
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