O exército sírio ganhou terreno no norte e no centro do país, aproximando-se da importante província de Deir Ezzor (leste), em grande parte controlada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), indicou neste domingo uma ONG.
Os avanços foram "significativos" ao sul da cidade de Raqa, apontou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Segundo o órgão, as forças do regime estão a apenas 4 km da cidade de Madan, a última controlada pelo EI nas redondezas de Raqa.
Madan fica quase na fronteira das províncias de Raqa e Deir Ezzor.
A província de Deir Ezzor é quase totalmente controlada pelo EI, exceto por uma faixa da capital de mesmo nome, onde civis e tropas leais a Damasco estão sitiados desde 2015.
A ofensiva do exército sírio ao sul de Raqa em direção a Deir Ezzor é diferente da executada por combatentes curdos e árabes respaldados por Washington para expulsar os extremistas da cidade considerada o bastião sírio do EI. Os terroristas já teriam perdido o controle de metade da cidade.
Por outro lado, o regime de Bashar al Asad, apoiado pela Rússia, tomou, durante a noite deste sábado, Al Sujna, último território nas mãos do EI na província central de Homs.
Essa conquista dá um novo eixo para as forças de Damasco avançarem em direção a Deir Ezzor.
A tomada de Al Sujna ainda não foi confirmada pelo governo sírio.
Ela faz parte de uma ofensiva lançada em maio pelas tropas do regime para retomar a importante região desértica que vai de Damasco a Deir Ezzor.
Segundo o OSDH, pelo menos 64 terroristas morreram no sábado na região desértica em combates e ataques aéreos, 30 deles em Al Sujna.
O EI, que perdeu, no mês passado, seu bastião Mossul, no Iraque, enfrenta diversas ofensivas na Síria.
O conflito no país teve início com a repressão às manifestações de 2011, que, num primeiro momento, opuseram as forças do regime e rebeldes armados. Mas a disputa ficou mais complexa com o tempo, já que vários atores regionais e potências estrangeiras apoiam Damasco ou a oposição e combatem, além disso, os grupos extremistas que chegaram ao local.
Mais de 330 mil pessoas morreram desde o começo do conflito e milhões foram deslocadas ou pediram refúgio no exterior.