O ex-presidente francês François Hollande advertiu seu sucessor, Emmanuel Macron, nesta terça-feira, para não ir longe demais na reforma trabalhista prevista para setembro.
"Não se deve pedir aos franceses sacrifícios que não sejam úteis", disse o ex-presidente socialista.
Bem silencioso desde que deixou o posto, em maio, Hollande falou com a imprensa durante um festival de cinema.
"Não se deve flexibilizar o mercado de trabalho além do já fizemos, pois pode criar rupturas", opinou.
A advertência foi lançada no mesmo dia em que o governo começa a apresentar aos sindicatos e aos representantes patronais suas primeiras propostas sobre a reforma do código trabalhista.
As medidas tendem a favorecer a criação de empregos, dando mais flexibilidade às empresas, num país em que o desemprego atinge quase 9,5% da população ativa.
As propostas já foram denunciadas por alguns sindicatos e pela esquerda radical, que convocaram manifestações no começo de setembro.
"O que deve ser feito é apoiar o que foi começado, o investimento, o consumo, o poder de compra, e evitar qualquer decisão que vá contra essa tendência", afirmou Hollande nesta terça.
O crescimento e o emprego começaram a dar sinais de recuperação nos últimos meses, e o ex-chefe de Estado, com popularidade muito baixa ao fim do mandato, quis defender sua ação diante dos jornalistas.
"Os resultados já estão aqui. Estou muito feliz pelo meu país", disse.