Jornal Estado de Minas

Multidão vai às ruas na Espanha para guerra de tomates

 

As ruas e casas da pequena cidade de Buñol, a 320km de Madri, capital da Espanha, ficaram vermelhas nesta manhã de quarta-feira.

 

Mas não era sangue o que tingiu paredes e asfalto.





 

Era a edição 2017 da Tomatina, uma “guerra de tomates”. Durante horas, 45 mil pessoas atacaram umas às outras com um arsenal de 125 toneladas do fruto.

 

Não só se atacaram.  Dançaram, pularam, se abraçaram, todos espremidos numa festa tradicional.

E elas pagam pra participar da batalha. Uma entrada para um madrilenho, por exemplo, custou 85 euros (cerca de R$320), com direito a passagem de ida e volta de ônibus, um copo de sangria antes e depois da “guerra”, camiseta do evento, entrada para a área da cidae onde acontece a farra, banho de chuveiro (pra lavar o corpo, porque a alma parece lavada a molho de tomate, tal a alegria expressa no rosto dos festeiros) e um prato de paella valenciana, com drink e sobremesa.


Tradição
 

A Tomatina começou em 1945, quando houve uma briga numa praça de Buñol e um grupo de jovens usou o que tinha à mão no confronto: os vegetais de uma banca de mercado – em especial, muitos tomates. No ano seguinte, os jovens voltaram à praça, desta vez apenas para repetir a batalha, agora já sem as razões do ano anterior, apenas por farra.





 

A festa chegou a ser banida pela Prefeitura em duas ocasiões, a primeira no início dos anos 50 e depois em 1957. Mas a voz das ruas foi mais forte e a Tomatina já tinha entrado para o “calendário das festas populares” e não houve como conter a massa de gente que, espontaneamente, se dirigia às ruas, “armada” de tomates. Hoje, a Tomatina atrai até turistas estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, Japão e Inglaterra.

 

Ah, e muito importante: a edição de hoje terminou sem incidentes. Apenas 22 pessoas foram atendidas pelo serviço médico com pequenas contusões e cortes – como se alguém pudesse ver um machucado neste mar vermelho...