Um tribunal paquistanês declarou nesta quinta-feira (31) como "foragido" o ex-presidente Pervez Musharraf, acusado pelo assassinato em 2007 de sua rival política Benazir Bhutto, e absolveu cinco suspeitos, alegadamente relacionados aos talibãs.
Além disso, o tribunal ordenou o confisco dos bens do ex-oficial militar, que atualmente está em Dubai.
"Musharraf foi declarado foragido", declarou à imprensa um funcionário do tribunal em frente à prisão de Adiala, em Rawalpindi, onde ocorreu a audiência.
"Cinco suspeitos que estavam detidos foram libertados. Dois policiais foram sentenciados a 17 anos de prisão cada e a uma multa de 500 mil rúpias por sua má administração na cena do crime", acrescentou.
Este é o primeiro veredicto no contexto desse ataque, cometido há dez anos e que mergulhou o país no caos.
Duas vezes eleita primeira-ministra do Paquistão, Bhutto morreu em 27 de dezembro de 2007 em um atentado suicida cometido após uma manifestação em Rawalpindi.
O regime de Musharraf acusou o então líder do Talibã paquistanês. O homem-bomba era um adolescente de 15 anos do Waziristão do Sul, um feudo dos rebeldes islâmicos, de acordo com o inquérito paquistanês.
Cinco jovens, que seriam islamitas ligados ao jovem suicida, foram presos e acusados de homicídio.
O chefe de Polícia de Rawalpindi, Saud Aziz, e seu adjunto, Khurram Shahzad, também foram presos e investigados pelo assassinato, acusados de não garantirem a segurança da candidata, e por terem ordenado a limpeza do local com água sob pressão menos de duas horas após os eventos.
Sob a liderança do viúvo de Bhutto, Asif Ali Zardari, presidente eleito em 2008, seu partido abriu um processo contra Musharraf.
O general foi investigado em agosto de 2013. Três anos depois, mudou-se para Dubai, aproveitando-se da suspensão da proibição em vigor de que deixasse o país.
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