O Parlamento federal iraquiano votou nesta terça-feira contra a organização do referendo sobre a independência previsto para 25 de setembro no Curdistão iraquiano, o que provocou a retirada dos deputados curdos em sinal de protesto.
O presidente do Parlamento, Salim al-Juburi, afirmou que trata-se de manter "a unidade do território e do povo iraquiano". Esta votação "impõe ao primeiro-ministro adotar todas as medidas para proteger a unidade do Iraque e iniciar um diálogo sério" com as autoridades da região autônoma do Curdistão, disse.
As autoridades de Bagdá e o próprio primeiro-ministro Haider al-Abadi reiteraram nos últimos meses que consideram a consulta contrária à Constituição.
A convocação do referendo, embora não vinculante, foi criticada pelos Estados Unidos, vários países europeus e, sobretudo, por Turquia e Irã, que temem um estímulo às demandas separatistas de suas próprias minorias curdas.
As autoridades do Curdistão iraquiano, norte do país, afirmam não ter outra alternativa para garantir os direitos dos curdos, que sofreram uma brutal repressão durante o regime de Saddam Hussein, derrubado em 2003 durante a invasão americana do Iraque.
Os curdos iraquianos estão divididos sobre esta consulta popular. Todos desejam um Estado curdo, mas alguns discordam da data escolhida pelo atual presidente da região autônoma, Masud Barzani.
O referendo também é motivo de divergências porque a província de Kirkuk, uma região petroleira do norte do Iraque e sob jurisdição do governo federal, decidiu participar no mesmo, contra a opinião das autoridades de Bagdá.
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