O Nepal deu início a uma campanha para medir novamente o Monte Everest e comprovar se o tamanho da montanha mais alta do mundo foi alterado pelo terremoto de 2015, indicou o governo nesta sexta-feira.
A altura oficial do Everest, que faz parte da Cordilheira do Himalaia, na fronteira entre China e Nepal, é de 8.848 metros e foi medida pela primeira vez pela Índia em 1954.
Ao longo dos anos, várias expedições voltaram a medir o cume, mas as cifras de 1954 são amplamente aceitas.
"O Nepal nunca mediu o Everest por conta própria apesar de a parte mais alta do mundo estar em seu território. Assim, queríamos mostrar ao nosso povo que o Nepal é capaz de medir o Everest", disse à AFP Ganesh Prasad Bhatta, responsável pelo departamento de medição.
Uma equipe de especialistas nepaleses e estrangeiros está ajustando o método de medição, que durará dois anos, indicou Bhatta.
Um grupo de xerpas (etnia da região mais montanhosa do Nepal) levará o material de medição do cume em abril, quando começa a temporada primaveril de subidas, ou em outubro, período em que o tempo está bom.
Em abril de 2015, um terremoto de magnitude 7,8 no Nepal destruiu parte do país e provocou uma avalanche que matou 18 pessoas no acampamento-base do Everest. Desde então, alguns especialistas acreditam que poderia ter afetado a altura da montanha.
Em maio, houve um debate entre especialistas sobre a chamada passagem Hillary, uma pedra no caminho ao topo, que segundo um experiente alpinista britânico teria desabado, o que os guias locais negam.
"É verdade haver uma preocupação sobre a altura do Everest depois do terremoto de abril de 2015, mas não é a única razão para voltar a medi-lo", afirmou Bhatta.
Há seis anos, o Nepal quis medir o Everest após uma polêmica diplomática com a China, que assegurou que o cume era quatro metro mais baixo do que a altura oficial, embora o projeto não tenha ido à frente.
Em maio de 1999 uma equipe americana acrescentou dois metros à altura do Everest usando uma tecnologia GPS, medida usada desde então pela americana National Geographic Society, mas que não é amplamente aceita.