Jornal Estado de Minas

Furacão Maria atinge Porto Rico com ventos de 255 km/hora


Depois de deixar pelo menos dois mortos em sua passagem pelo Caribe e de castigar as Ilhas Virgens americanas, o olho do furacão Maria atingiu Porto Rico nesta quarta-feira (20), com ventos de 255 km/h.


O centro do furacão entrou na ilha perto de Yabucoa, sul de Porto Rico, às 6h15 locais (7h15 de Brasília).


Maria se encontra na categoria quatro da escala Saffir-Simpson, que mede esses fenômenos, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês).


Cruzará o arquipélago americano durante o dia e, na sequência, passará ao norte da República Dominicana, acrescentou o NHC.


Em Porto Rico, cerca de 3,5 milhões de moradores correram ontem para comprar produtos de primeira necessidade e proteger suas casas e negócios.


Cerca de 500 abrigos com capacidade para 67 mil pessoas foram abertos para enfrentar o furacão, que "pode ser o pior do (último) século em Porto Rico", afirmou o governador deste território americano, Ricardo Rossello Nevares.


Pelo menos 50 mil casas continuam sem energia elétrica nesse território desde a passagem do furacão Irma.


Às 5h locais (6h, horário de Brasília), 11.229 pessoas já haviam procurado abrigo, tuitou o governador.


"Confesso que tenho medo. Pela primeira vez estou preocupada, porque é a primeira vez que vou ver um furacão dessa intensidade", disse à AFP a professora Noemi Aviles Rivera, de 47 anos, que sobreviveu a dois deles: Hugo, em 1989, e Georges, em 1998.


- Cenário de desolação -


Na ilha de Saint John, que ainda tenta se recuperar da passagem do Irma, há duas semanas, o furacões derrubou árvores e causou grandes danos materiais. Não há informações de vítimas até o momento.


As autoridades instauraram toque de recolher nas Ilhas Virgens britânicas, "extremamente vulneráveis", segundo o primeiro-ministro Orlando Smith.


Horas antes de alcançar as Ilhas Virgens americanas, Maria semeou desolação em territórios como a ilha francesa de Guadalupe. Lá, deixou dois mortos, e duas pessoas estão desaparecidas. Dominica também foi afetada.


A única informação de que se dispõe até agora é uma mensagem do primeiro-ministro Roosevelt Skerrit no Facebook, relatando que a ilha perdeu "tudo o que o dinheiro pode comprar".


O vento "arrasou os telhados das casas de quase todas as pessoas, com as quais eu falei", acrescentou.


Maria também deve passar ao sul da costa de St. Martin e St. Barts, já devastadas pelo Irma em 6 de setembro, segundo o Ministério holandês da Defesa. Ambas as ilhas estão em alerta vermelho, segundo a agência meteorológica francesa, a Météo France.


Irma deixou cerca de 40 mortos no Caribe, antes de golpear a Flórida, estado americano onde pelo menos 58 pessoas morreram.


Da ONU, em Nova York, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que os devastadores furacões "são uma das consequências diretas do aquecimento global".


"Essas consequências nos permitem compreender plenamente que o aquecimento global não é uma abstração, ou um fenômeno que afetaria apenas nossos filhos e netos.

São, hoje, consequências muito diretas para nossas populações", advertiu Macron.

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