Jornal Estado de Minas

Dois empresários detidos na Venezuela por supostos crimes cambiais

Dois proprietários de uma empresa de serviços funerários na Venezuela foram detidos por supostos ilícitos cambiais no marco de uma investigação a cerca de mil corporações, informou nesta quarta-feira o procurador-geral, Tarek William Saab.

"Foram emitidas duas ordens de apreensão contra aqueles que aparecem como responsáveis por causar um enorme dano patrimonial ao país. Juan Miguel Lozano Espinoza e Andrés Daniel Lozano Espinoza (...) foram detidos antes de embarcar" em um voo fretado para Aruba, informou Saab em coletiva.

A Corporación Bates Hill C.A., propriedade dos irmãos Juan e Andrés Lozano, recebeu 17,2 milhões de dólares entre 2005 e 2014 para importar químicas as quais produzia placas funerárias, informou o funcionário.

Saab afirmou que as químicas "foram cotadas entre 650ey 724 dólares por quilo, apesar de seu preço no mercado internacional oscilar entre 0,5 e 5 dólares o quilo".

"O sobrepreço oscilou entre 14.000% e 130.000%. Com o preço de um quilograma imposto pela empresa pode-se importar uma tonelada", denunciou.

Saab assegurou que a empresa registrou uma filial no Panamá, chamada Corporación Bates Hill Inc., para onde ia o dinheiro. "É preciso repatriar o dinheiro", exigiu.

O procurador disse que essas detenções fazem parte de uma investigação ordenada pelo presidente Nicolás Maduro a mais de 1.000 empresas que receberam divisas a taxas preferenciais em um país em que o governo mantém um duro controle cambial desde 2003.

"Há um avanço de empresas investigadas que somam aproximadamente 18", afirmou.

Juan e Andrés Lozano foram detidos por supostamente ter cometido os delitos de obtenção ilícita de divisas, associação para delinquir e legitimação de capitais, que acarretam penas que oscilam entre três e 12 anos de prisão.

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